Ex-CEO distribui bônus de US$ 240 milhões a funcionários após venda de empresa nos EUA

Graham Walker condicionou a negociação à destinação de 15% do valor da venda aos trabalhadores, beneficiando mais de 500 empregados
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

Graham Walker, ex-diretor executivo da Fibrebond, empresa familiar do setor de tecnologia sediada na Louisiana, nos Estados Unidos, decidiu vender o negócio, mas impôs uma condição incomum: garantir que os funcionários fossem diretamente beneficiados pela transação. O resultado foi a distribuição de um bônus total de 240 milhões de dólares, cerca de 1,5 bilhão de reais.

A Fibrebond foi vendida à Eaton, companhia global de gestão inteligente de energia com sede em Dublin, na Irlanda, por 1,7 bilhão de dólares. Walker, de 46 anos, exigiu que 15% do valor da venda fosse destinado aos empregados, mesmo sem que eles possuíssem participação acionária na empresa.

O montante será dividido entre os 540 funcionários em tempo integral da Fibrebond, com uma média de aproximadamente 443 mil dólares por pessoa. Os pagamentos ocorrerão ao longo de cinco anos, com valores maiores destinados aos trabalhadores com mais tempo de casa.

O primeiro repasse foi realizado em julho. Segundo Walker, as reações foram diversas. “Alguns gastaram tudo no primeiro dia, talvez até na primeira noite. No fim das contas, a decisão é deles”, afirmou em entrevista.

O anúncio dos bônus causou surpresa entre os funcionários. Muitos duvidaram da veracidade da notícia, enquanto outros se emocionaram. “Foi como dizer às pessoas que ganharam na loteria. Um choque absoluto”, relatou Hector Moreno, executivo da empresa.

Entre os beneficiados está Lesia Key, funcionária desde 1995. Ela iniciou sua trajetória na empresa ganhando 5,35 dólares por hora, enfrentando dificuldades financeiras e criando três filhos pequenos. Ao longo dos anos, foi promovida a gerente de fábrica. “Antes, vivíamos de salário em salário. Agora posso viver”, declarou.

Outra funcionária veterana, Hong Blackwell, ficou apreensiva ao saber que os bônus seriam pagos ao longo de cinco anos, até descobrir que a regra não se aplicava à sua faixa etária. “Foi um alívio enorme. Comecei a chorar e a pular”, contou.

Em nota, a Eaton afirmou que a aquisição da Fibrebond representa uma iniciativa estratégica, posicionando a empresa como fornecedora completa de soluções para a rápida implementação de infraestruturas energéticas.

Fundada em 1982 por Claud Walker, pai de Graham, a Fibrebond se consolidou como referência em comunicações sem fio. Ao longo de sua história, enfrentou momentos críticos, como um incêndio devastador em 1998, período em que a família manteve o pagamento dos salários mesmo com as operações interrompidas.

Nos anos 2000, com a popularização da internet, a empresa viu sua base de clientes cair drasticamente, reduzindo também o número de funcionários. A recuperação veio a partir de 2020, quando a Fibrebond investiu 150 milhões de dólares em infraestrutura para data centers. O movimento se mostrou decisivo, impulsionado pelo avanço da Inteligência Artificial, resultando em um crescimento de cerca de 400% nas vendas nos últimos cinco anos.

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