Gastos elevados colocam Lula no caminho do maior rombo fiscal desde o Plano Real

Foto: Wilton Junior/Estadão
Projeções indicam que terceiro mandato do petista deve registrar déficit nominal recorde, impulsionado por expansão de despesas e fragilização da âncora fiscal
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

O terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caminha para ser marcado pelo maior rombo nas contas públicas desde a implantação do Plano Real, em 1994. Projeções econômicas e dados oficiais indicam que o déficit nominal acumulado ao longo do atual governo tende a superar o de gestões anteriores, reacendendo alertas sobre descontrole fiscal, crescimento acelerado da dívida pública e perda de credibilidade da política econômica brasileira.

Déficit histórico e deterioração das contas públicas

Desde 2023, o governo federal vem apresentando resultados fiscais consistentemente negativos. Análises de economistas do mercado financeiro apontam que, mantida a trajetória atual, o déficit nominal médio do terceiro mandato de Lula poderá alcançar o pior desempenho fiscal do período pós-Plano Real.

Esse indicador, que inclui tanto o déficit primário quanto o pagamento de juros da dívida, é considerado uma das métricas mais abrangentes para avaliar a saúde fiscal de um país. Em termos proporcionais ao Produto Interno Bruto (PIB), as estimativas indicam um resultado superior ao observado em governos anteriores, incluindo períodos de recessão econômica.

Expansão de gastos e abandono do rigor fiscal

O cenário é atribuído, principalmente, à política de forte expansão das despesas públicas adotada pelo governo petista. A ampliação de programas sociais, o aumento de gastos obrigatórios, a recomposição da máquina pública e a flexibilização das regras fiscais têm pressionado o orçamento federal.

A substituição do teto de gastos por um novo arcabouço fiscal, visto por críticos como mais permissivo, contribuiu para reduzir a previsibilidade e enfraquecer a disciplina fiscal. Para especialistas, o modelo adotado não tem sido suficiente para conter o crescimento das despesas, enquanto a arrecadação segue dependente de aumentos de impostos e medidas extraordinárias.

Dívida pública em trajetória ascendente

Com déficits elevados e juros altos, a dívida pública brasileira voltou a crescer de forma acelerada. Relatórios fiscais mostram que a relação dívida/PIB se mantém em tendência de alta, limitando a capacidade de investimento do Estado e ampliando os riscos para a estabilidade econômica.

Economistas alertam que o aumento do endividamento compromete o ambiente de negócios, pressiona o câmbio, afeta a inflação e encarece o crédito, com impactos diretos sobre empresas e famílias.

Discurso oficial minimiza risco

Apesar dos números, o governo Lula tem buscado minimizar o impacto das projeções negativas. A equipe econômica sustenta que o novo arcabouço fiscal garante controle gradual das despesas e que o crescimento econômico será suficiente para reequilibrar as contas públicas ao longo do tempo.

Críticos, no entanto, afirmam que o discurso oficial ignora sinais claros de deterioração fiscal e transfere responsabilidades para fatores externos, como juros altos e passivos herdados, sem enfrentar o problema central: a expansão contínua dos gastos públicos.

Alerta para o futuro

Para analistas, a trajetória fiscal do atual governo representa um risco concreto para a economia brasileira no médio e longo prazo. Sem um compromisso mais firme com o ajuste fiscal, o país pode enfrentar perda de confiança dos investidores, rebaixamento de expectativas econômicas e menor crescimento.

O desempenho das contas públicas sob Lula deve se tornar um dos principais temas do debate político até 2026, com reflexos diretos na sucessão presidencial e na condução da política econômica brasileira.

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