Tarifaço de Sheinbaum impõe 35%, prejudica o agronegócio brasileiro e tenta ocultar a recessão do governo mexicano
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
O México aprovou um aumento agressivo nas tarifas de importação sobre 1.463 produtos de 12 países — incluindo o Brasil, um dos mais atingidos pelo pacote. O chamado “tarifaço mariachi”, que entra em vigor em 1.º de janeiro, prevê alíquotas mínimas de 35% e marca a guinada mais radical do governo Claudia Sheinbaum em direção ao protecionismo.
Embora a narrativa oficial fale em “proteger empregos” e “combater triangulação chinesa”, a medida escancara o medo do governo mexicano de encarar sua própria crise econômica — e acaba atingindo parceiros relevantes, como o Brasil, sem qualquer diálogo transparente.
Plano México: protecionismo para mascarar recessão
O tarifaço surge como parte do Plano México, um projeto que tenta blindar uma economia que dá sinais claros de deterioração — e que setores mais liberais classificam como resultado de excesso de intervencionismo estatal.
O país enfrenta:
• Queda de 0,3% no PIB no último trimestre;
• Projeção fraca de 0,7% de crescimento em 2025;
• Informalidade de 55%;
• Pior geração de empregos formais desde 2010.
A guinada tarifária busca conter a perda de competitividade causada por anos de políticas econômicas pouco favoráveis ao investimento privado.
Brasil no alvo — e o governo Lula assiste passivamente
A decisão atinge justamente setores brasileiros que vinham sustentando o superávit comercial: automotivo, têxtil, químicos, eletroeletrônicos e, principalmente, o agronegócio.
E aqui está o ponto mais sensível:
O governo Lula demorou para reagir, repetindo um padrão de política externa marcada por alinhamento ideológico e pouca assertividade comercial.
Diplomatas reconhecem reservadamente que o Itamaraty:
• Não antecipou o tarifaço,
• Não montou estratégia de proteção ao agro,
• E não estabeleceu diálogo firme com o México,
deixando o Brasil vulnerável à medida unilateral.
Para setores da direita, isso mostra novamente um governo mais preocupado com agenda política interna e alinhamentos ideológicos do que com a defesa objetiva dos interesses comerciais brasileiros.
Indústria brasileira reage e cobra ação enérgica
A CNI já pressiona Brasília por uma resposta firme.
Ricardo Alban, presidente da entidade, afirmou que o país precisa acelerar acordos reais, e não se contentar com “memorandos diplomáticos sem efeitos práticos” — uma crítica indireta ao governo Lula, que acumula anúncios, mas poucos resultados concretos na frente comercial.
Empresas de carne bovina, suína e aviação, que vinham crescendo, podem sofrer retração imediata se o Brasil não assumir uma postura mais técnica e menos ideológica.
Geopolítica: México tenta agradar os EUA — enquanto Lula insiste em priorizar aliados políticos
O tarifaço ocorre em meio a três fatores externos importantes:
• Revisão do USMCA em 2026;
• Pressões de Donald Trump contra produtos chineses;
• Reorganização das cadeias globais.
Neste cenário, o México se aproxima dos EUA.
O Brasil, por sua vez, sob Lula, continua priorizando relações com regimes ideologicamente alinhados, como Venezuela e Cuba, deixando de lado negociações de interesse econômico direto.
Para analistas mais liberais, essa escolha enfraquece a posição brasileira no comércio internacional.
Para o Brasil, a urgência é evidente — e exige mais do que discursos
Sem reação concreta, o país pode:
• Perder espaço na América do Norte;
• Ver queda nas exportações de alto valor agregado;
• Sofrer impacto já no 1º trimestre de 2026;
• Enfraquecer setores que mais geram divisas — especialmente o agronegócio.
E críticos afirmam:
o tarifaço só escancara a falta de estratégia comercial do governo Lula, que insiste em privilegiar pautas ideológicas enquanto parceiros importantes impõem barreiras agressivas contra o Brasil.
Leia mais
Cientistas sul-coreanos avançam em pesquisa com adesivo de microagulhas para regeneração dentária
Corinthians vence o Cruzeiro no Mineirão e garante vaga na final da Copa do Brasil
Brasil firma acordo estratégico com o Reino Unido para acelerar incorporação de tecnologias em saúde

Faça um comentário