Magistrado ignora apelo humanitário e impõe retorno imediato à cela, mantendo cerco judicial mesmo durante o pós-operatório
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A decisão proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (19), escancara mais uma vez o tratamento rigoroso dispensado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Embora tenha sido forçado a autorizar uma cirurgia de hérnia inguinal bilateral — considerada urgente por médicos —, o ministro rejeitou sumariamente o pedido da defesa para que a recuperação ocorresse em prisão domiciliar.
Ignorando os riscos inerentes a um pós-operatório complexo, Moraes determinou que Bolsonaro seja reconduzido à cela imediatamente após o procedimento. A defesa sustenta que o estado de saúde do ex-presidente exige repouso absoluto e acompanhamento contínuo, cuidados que dificilmente seriam atendidos com dignidade dentro da Superintendência da Polícia Federal.
Rigidez e falta de sensibilidade
A decisão fundamentou-se em um laudo da própria PF que, embora confirme a necessidade da cirurgia, serviu de pretexto para que o magistrado alegasse que a estrutura carcerária é “suficiente”. Para aliados, a justificativa ignora o histórico clínico de Bolsonaro, marcado por múltiplas intervenções desde o atentado sofrido em 2018, e revela uma face punitivista que sobrepõe o confronto político aos direitos fundamentais.
Moraes ainda insistiu na tese de “risco de fuga” para manter o regime fechado, argumento que juristas independentes classificam como desproporcional e ideológico, visto que o ex-presidente sempre esteve à disposição da justiça.
Repercussão: “Punição até na dor”
Para a base aliada e líderes da direita, a medida não é apenas jurídica, mas simbólica. O caso é visto como um exemplo de perseguição implacável, onde nem mesmo uma condição de saúde debilitada sensibiliza a cúpula do Judiciário. A narrativa que ganha força entre os apoiadores é a de um modelo de “justiça” que busca o desgaste físico e psicológico do maior líder conservador do Brasil, tratando questões humanitárias como meros detalhes processuais.
Agora, a defesa corre contra o tempo para detalhar a logística da cirurgia, que ocorrerá sob forte escolta, enquanto o país assiste a mais um capítulo do que muitos chamam de a exceção jurídica aplicada contra Bolsonaro.
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