Defesa do zagueiro quer aplicar ao caso dele o mesmo entendimento que livrou Igor Cariús, alegando acusações idênticas na Operação Penalidade Máxima
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
Os advogados afirmam que as acusações contra Paulo Miranda são idênticas às de Cariús. Ambos foram denunciados pelo Ministério Público de Goiás na Operação Penalidade Máxima, que apura manipulação de eventos esportivos.
Segundo o MP, Paulo Miranda, que em 2025 atuou pelo Mixto, teria recebido dinheiro para forçar cartões em dois jogos do Juventude no Brasileirão de 2022, contra Fortaleza e Goiás. A denúncia também menciona uma chamada de vídeo com um dos apostadores feita pelo atleta dentro do vestiário após uma das partidas.
O pedido ainda aguarda análise do ministro Gilmar Mendes. O zagueiro é o primeiro a recorrer após a decisão do STF que favoreceu Cariús. No total, 17 jogadores foram denunciados por supostamente forçar cartões para beneficiar apostadores.
Decisão do STF sobre Igor Cariús
Na última terça-feira (3), por maioria, o STF concedeu habeas corpus ao lateral Igor Cariús, do Sport. Ele havia sido denunciado com base no artigo 198 da Lei Geral do Esporte, que trata de condutas destinadas a alterar ou falsear resultados de competições.
Gilmar Mendes divergiu do relator, André Mendonça, e acolheu a tese da defesa: para ele, forçar um cartão para favorecer uma aposta não altera o resultado da partida ou do campeonato e, portanto, não caracteriza crime previsto na lei.
O ministro também rejeitou o entendimento do STJ, que havia negado o habeas corpus argumentando que cartões influenciam critérios de desempate do Brasileirão.
“A conduta de tomar um único cartão amarelo não é suficiente para alterar o resultado de uma competição”, afirmou Gilmar.
Ele classificou o ato como reprovável, mas destacou que só haveria relevância penal se houvesse atuação reiterada e sistemática capaz de influenciar diretamente o resultado esportivo.
Reação de especialistas
A decisão do STF contraria profissionais da área de integridade esportiva. Para o ex-procurador-geral do STJD Paulo Schmitt, hoje presidente do Comitê de Integridade da FPF, forçar cartões também fere a lisura das competições e deveria ter punição penal.
Na esfera esportiva, Cariús já foi punido: ele recebeu suspensão de um ano por supostamente ter aceitado R$ 30 mil de apostadores para forçar um cartão amarelo quando atuava pelo Cuiabá, em 2022.
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