Quadrilha que abastecia CV e PCC com armas e drogas é desmantelada em ação da Polícia Civil

Ação desmonta rota milionária de armas e drogas; chefão vivia no luxo enquanto movimentava mais de R$ 500 milhões

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

Uma grande operação da Polícia Civil do Paraná atingiu em cheio a logística do crime organizado ao prender o homem apontado como responsável por abastecer facções como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) com fuzis e grandes carregamentos de drogas. A ação, comandada pelo Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), mobilizou equipes em Curitiba (PR) e Itapema (SC), resultando em 12 prisões e no bloqueio de veículos, contas bancárias e empresas de fachada ligadas ao esquema.

O suspeito identificado como líder da organização criminosa foi detido em um apartamento de alto padrão no litoral catarinense, onde vivia de forma luxuosa enquanto coordenava rotas e negociações com criminosos de vários estados.

De acordo com o delegado Victor Loureiro Mattar Assad, responsável pela operação, a quadrilha atendia qualquer facção que estivesse disposta a pagar, sem distinção ideológica ou territorial.

“Para o líder criminoso, o importante era fechar o negócio, independente da bandeira levantada pelo grupo que contratava seus serviços”, explicou o delegado.

“Eles transportavam uma carga lícita até o local do carregamento de drogas e armas, para o retorno ser feito com o material ilícito.”

Alta estrutura e lavagem milionária

As investigações apontam que o grupo operava a partir de bairros estratégicos de Curitiba, como Pinheirinho, Cidade Industrial e Tatuquara. Ao longo de três anos e meio, os policiais descobriram uma rede estruturada com empresas falsificadas, transporte constante de drogas e envio de armas de grosso calibre, além de um esquema financeiro sofisticado.

Segundo a Polícia Civil, o volume movimentado ultrapassa R$ 513 milhões, envolvendo familiares do líder, operadores logísticos, motoristas e responsáveis pela lavagem de dinheiro.

Assad destacou que:

“Foram presas pessoas que lidavam com a lavagem de dinheiro, com o transporte efetivo e a escolta das cargas. Além disso, foram presos familiares do líder do grupo criminoso, uma irmã e sobrinhas dele, que movimentavam valores em espécie de expressiva quantidade em favor da quadrilha.”

Apreensões recordes impulsionaram a investigação

A operação ganhou força após a apreensão histórica de 700 quilos de haxixe no Paraná, considerada a maior do estado e a segunda maior já registrada no Brasil. Os motoristas envolvidos afirmaram à polícia que receberiam R$ 400 mil pelo transporte.

Depois desse episódio, novas cargas passaram a ser identificadas:

900 kg de maconha, apreendidos em Ponta Porã;

350 kg da droga, localizados em uma oficina ligada à quadrilha em Curitiba.

“A investigação ganhou ritmo após as apreensões de grande porte”, afirmou Assad.

“A operação consolidou o mapa das rotas usadas pelo grupo e reforçou o vínculo entre os carregamentos interceptados no Paraná e em outras regiões.”

Rotas interestaduais e conexão entre facções

Os policiais constataram que o grupo enviava fuzis a partir de São Paulo para o Rio de Janeiro, ao mesmo tempo em que distribuía drogas em diferentes regiões do país. A operação buscou romper essas conexões, interrompendo o fluxo de armamento pesado que abastecia as principais facções criminosas do Brasil.

Uma vitória contra o crime organizado

A ação da Polícia Civil representa um golpe pesado contra grupos que expandiam sua atuação graças a redes logísticas profissionais, estruturadas e milionárias.

Para setores conservadores e especialistas em segurança pública, o caso demonstra a importância de operações policiais robustas e da repressão ao crime organizado, que cresce quando o Estado se omite ou atua de forma branda.

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