Sérgio Moro não é mais o ministro de Justiça e Segurança Pública do Brasil. Em um pronunciamento de aproximadamente 40 minutos, ele confirmou o pedido de demissão, e entre os motivos apresentados, citou a exoneração de Maurício Valeixo, da diretoria geral da Polícia Federal.
“Disse ao presidente que não havia problema em trocar o comando da PF. Mas para isso era necessário uma causa, um motivo concreto. Não é a questão do nome. Há outros bons nomes. O problema da troca era uma violação da promessa de que eu teria carta branca. Em segundo lugar não havia causa para a troca. E haveria interferência política na Polícia Federal”, disse Moro.
O ex-ministro também afirmou que o motivo da saída de Valeixo, seria uma interferência política de Bolsonaro, para que pudesse ter acesso às investigações. “Falei ao presidente quer seria uma interferência política. Ele disse ‘seria mesmo’. O presidente me disse que queria ter uma pessoa da confiança dele, que ele pudesse ligar, obter informações. E esse não é o papel da Polícia Federal. As investigações têm que ser preservadas. O grande problema não é quem entra, mas por que entra”, revela Moro.
“A exoneração é um sinal de que o presidente não me quer no cargo”, disse. “Foi me prometido na ocasião carta branca para nomear todos os assessores, inclusive dos órgãos policiais, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal”. O agora ex-ministro afirmou que entende as críticas que recebeu e que seu objetivo principal era o “combate à corrupção”.
Na coletiva, ele exaltou ainda o desempenho do Ministério da Justiça no combate ao tráfico de drogas e à corrupção. Ele citou dados como a queda de 19% em assassinatos em 2019.
Ele negou ainda que tivesse exigido um cargo no STF para assumir o ministério. Moro afirmou ainda que a única condição que pediu foi um auxílio para sua família em caso de “algo acontecesse”, pois havia aberto mão de seu benefício da Previdência ao deixar o Judiciário. “Uma única condição eu coloquei, não ia revelar, mas agora não faz mais sentido escolher. Como eu estava abandonando 22 anos de magistratura, perdia a previdência. Pedi apenas que se algo me acontecesse, que a minha família não ficasse desamparada, sem uma atenção”, afirmou.
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