Cinco suspeitos são presos em ação que revela práticas clandestinas em procedimentos estéticos de alta complexidade
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
Uma operação realizada pela Polícia Civil no Rio de Janeiro resultou na prisão de cinco pessoas, na última segunda-feira (8), suspeitas de integrar uma quadrilha especializada em cirurgia estética irregular. Os mandados de prisão temporária foram cumpridos na capital e nos municípios de Rio das Ostras e Duque de Caxias.
Prisões e irregularidades na prestação de Serviços Médicos
A ação da Delegacia do Consumidor (Decon) revelou que os suspeitos realizavam procedimentos estéticos de alta complexidade, como lipoaspiração, mamoplastia e implantes de silicone, sem possuir a estrutura necessária para lidar com possíveis complicações. A investigação foi desencadeada após uma vítima, em novembro de 2023, sofrer graves sequelas após uma lipoaspiração.
Em uma operação anterior, em novembro de 2023, a Polícia Civil já havia interditado a clínica Iguaçu Plásticas Day, em Nova Iguaçu, e prendido o médico peruano Jaime Javier Garcia Caro e o colombiano Jean Paul Perez. Ambos, mesmo em liberdade, foram detidos novamente nesta ação.
Os envolvidos e as acusações
Entre os presos nesta operação, estão o eletricista Almir Paixão da Silveira e Rafaella Ferreira Trovão, apontados como proprietários de uma clínica estética que funcionava de forma irregular. Apesar de não ter especialização médica, Almir realizava procedimentos estéticos e era conhecido como “Dr. Júnior”. Antônia Gerda Araújo também foi detida, sendo acusada de atrair pacientes para procedimentos irregulares em uma clínica em Duque de Caxias.

Os acusados enfrentarão diversas acusações, incluindo associação criminosa, exercício ilegal da profissão, execução de serviço de alto grau de periculosidade sem autorização e lesão corporal gravíssima. Todos estão à disposição da justiça.
Histórico de irregularidades e caso MC Atrevida
A ação policial destacou que a quadrilha utilizava influencers e redes sociais para atrair vítimas, prometendo procedimentos realizados em hospitais, mas, na verdade, eram realizados em salas improvisadas. Além disso, foi ressaltado que as vítimas denunciaram deformidades e problemas de saúde após os procedimentos.
Importante destacar que Almir Paixão da Silveira, um dos presos, é réu no homicídio da funkeira Fernanda Rodrigues, conhecida como MC Atrevida, ocorrido em 2020. A demora na sentença desse caso, segundo o advogado representante da família da vítima, está relacionada às condições e origem da família.

A prisão dos envolvidos nesta operação reforça a atuação da polícia contra práticas criminosas que exploram o sonho de pessoas, principalmente mulheres de comunidades menos privilegiadas, colocando em risco a saúde e a vida delas. O grupo, segundo a Decon, faz parte de um mercado clandestino de falsos médicos e profissionais sem registro, oferecendo preços muito abaixo dos praticados no mercado. O destino dos presos será o sistema prisional, onde permanecerão à disposição da Justiça.
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