Brasileira luta para arrecadar dinheiro para estudar e representar o país no wrestling

A jovem Hanna Costa, de 21 anos, está acostumada a lutar. Foi na luta, mais precisamente no wrestling, que encontrou a motivação para melhorar cada vez mais. Se apaixonou pelo esporte, conquistou títulos e se tornou uma esperança do Brasil nos Jogos Olímpicos. Mas desta vez, ela precisa lutar contra o tempo.

Hanna tem até o dia 13 de agosto para juntar pouco mais de US$ 6 mil, valor necessário para estudar em uma faculdade da Georgia, onde poderá continuar lutando. E conta com a ajuda de toda a comunidade brasileira para poder realizar este sonho.

“Estamos na luta para conseguir esse dinheiro. A vida é uma luta, mas como o wrestling, ser derrotado é uma opção, e essa opção não é minha. não é o dinheiro que vai me parar”, conta Hanna, que além das doações online, fez uma rifa e irá realizar um bazar no sábado, dia 8. “O primeiro passo ja está sendo feito, que é pagar a escola, para estar dentro. São 6.193 estamos longe de chegar, mas estamos fazendo rifas, o nosso bazar neste sábado, dia 8, das 9 da manhã às 3 da tarde. Estamos aí, na luta todo dia”, completa.

Hanna está há quase sete anos nos Estados Unidos. Primeiro, morou em Boca Raton, na Florida, mas atualmente, está em Malden (Massachusetts).  “Tenho três irmãs, todas mulheres. E tenho um pai muito protetor, e segurança para ele sempre foi muito importante. Então desde pequenininha a gente fazia jiu jitsu, fez karate, muar thay, e numa das viagens que  gente fez em família, a gente fez para os Estados Unidos. Meu pai amou, se apaixonou, e disse que um dia a gente ainda iria vir morar aqui. Meu pai sempre foi muito sonhador. Alguns anos se passaram, e então em 2014, meu pai chegou na gente e disse que viríamos para os Estados Unidos. E os conhecidos sempre falavam ‘coloque suas filhas para fazer esporte, para fazer alguma coisa, as faculdades vão olhar diferente para elas’. E indo para a escola, eu vi a lista que a escola tinha de esportes e vi wrestling. Já tinha ouvido no Brasil e pensei ‘vamos tentar’. Tentei e me apaixonei pelo esporte, me apaixonei pela luta. Conheci pessoas maravilhosas. Eu era uma das únicas meninas de um tome com 40 lutadores. Só duas eram meninas. Hoje eu entendo que foi o que me ajudou. Pelo fato de treinar apenas com homens, me deu uma força, me deixou muito mais resistente. Não sei se teria aquelas habilidades lutando apenas com meninas. Consegui resultados importantes na Florida. Me graduei no high school. E na época não consegui ir para a faculdade, não consegui lutar por faculdade. E ir para faculdade, lutar, assinar contrato, no mundo dos wrestlers, sempre vai ser uma das maiores metas. Porque é na faculdade que os maiores torneios acontecem. São la os try outs para as Olimpíadas. Eu estava ansiosa, mas não era da vontade de Deus na época”, lembra.

A mudança veio quando o treinador de uma universidade na Georgia viu os vídeos de Hanna e a convidou para voltar a lutar. “Para mim, esse sonho de voltar a estudar, voltar a treinar, estava embaixo do travesseiro e eu nem pensava mais. Foi quando, há mais ou menos um mês, um coach entrou em contato falando que viu uns vídeos de lutas minhas na internet e que estava interessado, e perguntou se eu tinha interesse em voltar a lutar. Meu mundo desabou na hora e eu pensei: ‘será?’. Ele falou a seguinte frase: ‘Mesmo você sendo imigrante, a gente vai dar dinheiro para lutar para nós’. Na época ele falou que eu só tinha que pagar 6 mil dólares por semestre. A gente pensou que não era tão difícil. Mil dólares por mês não seria tão difícil. Mas a bomba explodiu, quando sexta-feira passada, a escola me liga e fala que como eu não sou uma cidadã, eu não sou elegível para fazer plano de pagamento. Ou eu pago 6 mil até o dia 13 de agosto, ou eu não estudo. Eu sentei e chorei. E compartilhando com uma amiga, a gente pensou em fazer um bazar. E desde então estou fazendo apelos em todo o canto. Fui nas redes sociais, as pessoas estão em ligando, e desde então tem sido bênção atras de bênção” conta Hanna, que juntou quase 4 mil dólares até o momento.

“Gratidão. Nesses dias, eu estou transbordando gratidão. Tantas pessoas ajudando. Ligando. Dizendo ‘Hanna, a gente consegue’. Não é uma vitória só minha. É uma vitória nossa. Dos meus pais. Quero poder olhar para os meus pais, e ter a certeza que tudo que eles deixaram para trás, tudo que ele abriram mão, tudo que eles tiveram que passar e passam neste país, não é em vão. Eu tenho uma fé tão grande que vai dar certo, que é o que está acalmando o meu coração. Quero agradecer do fundo do meu coração se você orou por mim, se doou, se deixou uma mensagem bonita”, destaca a menina que sonha em ser psicóloga e representar  Brasil no maior evento esportivo do mundo. “Quero continuar a treinar. Quero ajudar as pessoas, como eu estou sendo ajudada. Minha mãe diz que a roda gira. E eu quero fazer a roda girar. Quero ir para as Olimpíadas. Vai ter um dos try outs no final do ano. Imagina levar o brasil, o nosso nome para as Olimpíadas”, completa.

Para ajudar Hanna:

https://www.gofundme.com/f/help-a-wrestler-make-it-to-the-olympics

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