
Em uma entrevista, o líder do tráfico revela sua visão sobre o episódio e os desafios enfrentados no sistema prisional brasileiro.
Por Carla Pereira|GNEWSUSA
Em meio ao caos desencadeado pela fuga em massa na Penitenciária Agrícola Mário Negócio, em Mossoró, uma voz conhecida e temida rompeu o silêncio. Fernandinho Beira-Mar, líder do tráfico de drogas que há anos cumpre pena no complexo penitenciário de segurança máxima, falou pela primeira vez desde o ocorrido. Em uma entrevista, ele compartilhou suas percepções sobre o episódio e os desafios que enfrenta dentro do sistema prisional brasileiro.
“O que aconteceu em Mossoró é um reflexo da situação caótica em que se encontra o sistema carcerário brasileiro”, declarou Fernandinho Beira-Mar. “Não é segredo para ninguém que as condições de encarceramento são desumanas, e a falta de investimento em ressocialização e segurança nas penitenciárias só contribui para a perpetuação da violência e da criminalidade.”
Questionado sobre sua visão específica em relação à fuga em massa ocorrida na penitenciária potiguar, Fernandinho Beira-Mar foi enfático: “Não apoio a violência e a fuga como forma de protesto. No entanto, é preciso compreender que muitos dos que estão atrás das grades sentem-se abandonados pelo Estado e veem na fuga uma tentativa desesperada de escapar das condições desumanas e da falta de perspectiva dentro do sistema prisional.”
O líder do tráfico também aproveitou a oportunidade para destacar a necessidade urgente de reformas estruturais no sistema carcerário brasileiro. “É preciso investir em políticas efetivas de ressocialização, garantir condições dignas de encarceramento e combater a superlotação das prisões. Caso contrário, continuaremos presenciando episódios como o de Mossoró, que apenas evidenciam a falência do nosso sistema penitenciário.”
Fernandinho Beira-Mar concluiu a entrevista reiterando sua posição contrária à violência e enfatizando a importância do diálogo e da busca por soluções que promovam a reinserção social dos detentos. “A violência gera mais violência. Precisamos encontrar alternativas que respeitem os direitos humanos e ofereçam oportunidades de reabilitação para aqueles que estão cumprindo suas penas.”
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