Presidente da Câmara se irrita com notícia sobre seu enfraquecimento e afirma que “depois, quando o Parlamento reage, acham ruim”
Por Carla Pereira/GNEWSUSA
Em um evento recente no Paraná, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), intensificou suas críticas ao ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e o chamou de “desafeto pessoal” e “incompetente”. Essa declaração ocorre um dia após o plenário da Câmara aprovar a manutenção da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).
Lira foi questionado por jornalistas sobre a tese de que ele teria saído enfraquecido após a votação na quarta-feira. Segundo a Folha de S.Paulo, a avaliação de parlamentares é de que o presidente da Casa saiu enfraquecido, uma vez que seus principais aliados lideraram as articulações pela derrubada da detenção.
Lira respondeu dizendo que a notícia que está sendo mencionada foi vazada do governo, especificamente do ministro Padilha, a quem ele considera um desafeto pessoal e incompetente. Ele enfatizou que não há partidarização e que cada deputado é responsável individualmente pelo voto que deu.
Desde o final do ano passado, Lira tem criticado a atuação de Padilha, que é o principal articulador do Executivo no Congresso Nacional. Ele chegou a levar essas queixas ao próprio presidente Lula (PT) e indicou que, sem a troca do ministro, a pauta do governo na Câmara não avançaria. Desde então, o diálogo entre os dois foi rompido, e Lira agora lida diretamente com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, após um acordo firmado com Lula.
Em fevereiro, como sinal de pacificação, Lira e lideranças da Câmara foram recebidos pelo presidente Lula no Palácio da Alvorada. Padilha também estava presente no encontro. No entanto, as tensões entre Lira e Padilha persistem.
Lira também criticou o que considera vazamentos do governo federal para a imprensa, classificando isso como “lamentável”. Ele expressou sua decepção com o fato de membros do governo, interessados na estabilidade da relação harmônica entre os Poderes, espalharem mentiras e notícias falsas que incomodam o parlamento. E quando o Parlamento reage, isso é visto como um problema.
De acordo com relatos de líderes da Câmara, Lira ficou incomodado com o que considerou uma interferência do Executivo na votação da Câmara no caso da prisão de Brazão. Aos interlocutores, ele teria reclamado especificamente das declarações públicas de Padilha de que o governo orientaria sua base pela manutenção da detenção.
Um aliado do presidente da Câmara afirmou ainda que Lira deverá reagir nos próximos dias para enviar uma mensagem ao governo.
Veja também
Veja as chances de título da Libertadores e rebaixamento do seu time no Brasileirão 2024
Presidente Lula veta parcialmente mantendo a “saidinhas” de presos
Aborto torna-se ponto central nas eleições presidenciais dos EUA após decisão no Arizona
Faça um comentário