Assalto ao Banco do Brasil de Criciúma segue sem respostas

Eles começaram a ação criminosa em 30 de novembro, às 23h50. Mas foi após a meia noite, no dia 1 de dezembro que o maior e mais violento assalto da história de Santa Catarina ganhou destaque internacional. Aproximadamente 30 bandidos fortemente armados protagonizaram uma madrugada de terror à população criciumense. Nessa data, os criminosos levaram aproximadamente R$ 80 milhões do Banco do Brasil, no Centro da cidade criciumense.

Na noite do crime, eles cercaram a cidade, trancaram o túnel que dá acesso a Tubarão, efetuaram milhares de disparos com armamento de guerra, dentre eles fuzis, explosivos e demais armas de grosso calibre. Eles também fizeram reféns e balearam um policial militar do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT).

Após o roubo, eles fugiram em 10 veículos pintados de preto para o município de Nova Veneza, onde abandonaram os carros em uma plantação agrícola e não foram mais avistados na sequência. Eles deixaram 200 quilos de explosivos no Centro de Criciúma.

O esquadrão antibomba da PM foi acionado e o comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente-coronel José Ivan Schelavi informou que um explosivo deixado em um automóvel próximo ao banco era do tipo metalon, com mais poder de destruição do que bananas de dinamite.

Ele revela que havia um celular junto às dinamites e uma simples ligação teria o poder de acionar a carga explosiva. “A quantidade de dinamite seria suficiente para destruir o prédio da agência”, informa o comandante.

Até o momento as polícias de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo já realizaram prisões de 14 suspeitos de envolvimento direto no assalto. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul confirmou que um dos presos esteve no assalto em Criciúma, compondo o grupo de 30 pessoas que roubou o Banco do Brasil.

Segundo o delegado Anselmo Cruz, titular da Delegacia de Roubos e Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais de Santa Catarina, a maior facção criminosa do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC) teria ligação com o assalto. “A suspeita é de que a participação da facção nesse roubo se deu como uma parceria”, resume Cruz. De acordo com ele, ao menos um dos envolvidos no crime é integrante da facção paulista.

A Polícia Civil também identificou um dos suspeitos através de imagens de um posto de combustíveis de Campinas/SP, já que o homem esqueceu um cupom fiscal de abastecimento dentro do automóvel abandonado após o assalto. Esse carro e os demais foram trazidos dias antes para Içara, onde foram pintados de preto em um galpão no bairro Presidente Vargas para que a cor dos automóveis facilitasse na camuflagem durante a fuga noturna.

O policial Jeferson Luiz Esmeraldino, baleado no abdômen continua internado no hospital São João Batista, em Criciúma. De acordo com o último boletim médico divulgado pela PM, o quadro clínico do soldado Esmeraldino segue sem maiores alterações. Ele continua recebendo antibióticos para controle de possível foco infeccioso.

“Ele segue ainda sendo continuado o desmame da ventilação por aparelhos; não se está fazendo mais uso de droga vaso ativa para manutenção dos sinais vitais (padrões hemodinâmicos)”, informa o boletim médico. Informações sobre o quadro neurológico do policial seguem reservadas.

O Instituto Geral de Perícias (IGP) mantém sigilo sobre o caso. O diretor do Instituto de Criminalística do Instituto Geral de Perícias (IGP), Tiago Petry conta que é preciso aguardar as investigações evoluírem. “Novos vestígios poderão ser encontrados e a gente faz o trabalho no sentido de auxiliar na identificação dos criminosos envolvidos no assalto”, diz Petry.

O perito-geral do Instituto Geral de Perícias, Giovani Eduardo Adriano conta que as equipes do IGP foram montadas imediatamente após o assalto e centenas de vestígios já foram coletados em mais de 10 locais de crime. “A perícia trabalha incessantemente porque a sociedade não pode ficar a mercê de uma resposta”, conta Adriano.

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