
A notícia dos gastos do Governo Federal com alimentação ganhou destaque não só dos portais de notícias, mas também nas redes sociais. Mas ao contrário do que muitos publicaram, os valores não correspondem apenas à Presidência, mas a todos os órgãos ligados, como as forças armadas, por exemplo.
A agência Aos Fatos, especializada em checagem de informações, destacou as informações compartilhadas de maneira errada, principalmente quanto aos gastos para compras de leite condensado, que foi o que mais chamou atenção. “Não é verdade que, sozinho, o presidente Jair Bolsonaro gastou R$ 15,6 milhões em leite condensado no ano passado, como alegam publicações nas redes sociais. A cifra corresponde ao custo anual com o produto alimentício em todos os órgãos do governo federal, não apenas a Presidência da República. Dos R$ 15,6 milhões, R$ 14,2 milhões foram empregados pelo Ministério da Defesa, o que pagaria, segundo a pasta, pela alimentação do efetivo de todas as Forças Armadas. A distorção tem sido empregada nas redes sociais em postagens que sugerem que o gasto seria um indício de corrupção do presidente. No Facebook, o conteúdo reunia ao menos mil compartilhamentos nesta terça-feira (26) e foi marcado com o selo DISTORCIDO na ferramenta de verificação da plataforma”, destacou.
O secretário de Comunicação Institucional do Governo Federal, Felipe Pedri, também se manifestou através das redes sociais. “A pior mentira é a mais perto da verdade, é neste sentido que parte do jornalismo brasileiro ludibriou a população ao sugerir gastos com alimentação como supérfluos, direcionando o ataque diretamente à figura do presidente. Os gastos com alimentação competem a uma extensa lista de servidores do Exército e até de programas assistenciais do governo”, postou.
Conforme mostrou o levantamento do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, com base no Painel de Compras atualizado pelo Ministério da Economia, no último ano, todos os órgãos do Executivo pagaram, juntos, mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos – um aumento de 20% em relação a 2019. Para a reportagem, foram considerados apenas os itens que somaram valores acima de R$ 1 milhão pagos.
Em 2020, os órgãos federais gastaram R$ 15 milhões na compra de leite condensado, R$ 5 milhões com uvas passas e R$ 2 milhões em chicletes. Pizzas e refrigerantes também fizeram parte do cardápio do ano, com débito de R$ 32,7 milhões aos cofres da União.
Na esfera pública, também houve grande repercussão. Senadores e deputados protocolaram, nesta terça, uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) contra a Presidência da República. Os parlamentares querem que o órgão investigue os gastos do Executivo em alimentação
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