Supostas vítimas de Gisele Nascimento falam de como teriam tido cheques roubados

Depois de entrevistar a brasileira Gisele Nascimento, que é acusada de ter roubado cheques do ex-patrão, o repórter investigativo Thathyanno Desa também falou com Dhiogo, o ex-chefe dela. Catarinense de Jaguaruna, ele é dono de uma companhia de limpeza que presta serviço para companhias de laboratórios e mora há quatro anos nos Estados Unidos.

Thathyanno iniciou a entrevista, citando que Gisele disse que ele havia pagado 12 mil dólares para ter relações sexuais com ela.

“Eu não entendo o que faz uma pessoa chegar neste nível, mas nunca pagaria. Sou noivo. Ela é uma pessoa muito bem articulada. Ela tenta se livrar de várias coisas. Ela é uma mentirosa muito boa. Só pelo vídeo já dá para notar. Mas nunca pagaria 12, 19 mil dólares para fazer alguma coisa com a Gisele”

O repórter questionou então sobre o dia em que ela diz que eles saíram de carro, que ela diz que ele foi na farmácia, e quando ele diz que o cheque desapareceu. “Foi numa quinta-feira. Faz duas semanas. Primeiramente ela me falou que estava com um carro alugado. E ela estava fazendo um trabalho excepcional neste lugar onde ela estava limpando, eu estava tendo muitos problemas com as meninas lá. E ela veio me pedir um adiantamento para comprar um carro. Eu dei um adiantamento de mil dólares e ela falou que tinha comprado o carro, que iria fazer a documentação com a mãe dela que mora na Florida. Sempre montando uma história. Acho que ela jogou esse negócio de carro para ter acesso onde eu guardava os cheques. Como tinha um poder um pouco maior de ajudar as pessoas, eu segui os ensinamento do meu pai, de nunca dar o peixe a pessoa, e sim, ensinar a pescar que ela vai ter o que comer para o resto da vida. E então nesta semana, ela falou que estaria sem carro e precisaria de carona para ir para casa. Como eu tenho contratos em Marlborough, estava todos os dias em Marlborough, não teria problema eu dar uma carona. Até que os documentos do carro estivessem prontos. Na quarta-feira, eu inteirei um cheque para ela de 220 dólares. Ela falou que precisava ir numa lojinha brasileira que troca cheques lá. Entreguei o cheque de 220 dólares e fui fazer meu projeto em Marlborough. Deu uns 10 minutos que eu tinha saído e ela me ligou do telefone da lojinha, dizendo que tinha esquecido o celular no carro. Eu falei que tinha uma reunião e que em 30, 40 minutos conseguia voltar. Eu voltei, e a primeira coisa que ela falou é que precisava de um outro cheque. Que o cara da lojinha não tinha aceitado. E eu disse que não podia entregar outro cheque sem antes ela devolver o outro. E ele disse que o cara picotou o cheque naquelas máquinas. E eu disse que ele não podia fazer isso. Que eu iria falar com o cara da lojinha, e ela disse que ele não estava mais lá, que tinha ido no banco. Eu falei que ia ligar para o banco e cancelar o cheque. Eu liguei para o banco, e falei que queria cancelar. O banco falou que teria uma taxa de 35 dólares. Ela falou que não tinha problema, podia descontar. Ela do meu lado, no banco do carona. Eu peguei, cancelei o cheque e preenchi outro cheque no valor de 185 dólares. Enteguei para ela e segui com a minha vida”, contou.

 

“Na quinta-feira, ela pediu carona partir embora. Falou que estava doente, que tinha comido glúten, que era alérgica e tinha comido dois pratos de macarrão. Eu até fiz uma brincadeira com ela. Eu dei carona, e assim que ela entrou, pediu para deitar no banco de trás. Eu disse para ela se esticar e fazer o que quisesse. No banco de trás eu sempre guardo a minha maleta com os talões de cheque. Eu peguei e coloquei no banco da frente do passageiro. Logo que eu fiz isso, ela perguntou se tinha como eu passar em uma farmácia para poder comprar alguma coisa para o estômago, porque estava morrendo de dor. Eu parei na frente, e ela perguntou se eu poderia ir lá, pois nem conseguia andar. E eu fui, comprei aquelas pastilhas normais para gases. Eu chequei a minha maleta. Quando eu voltei, em 5 minutos, ela estava no mesmo lugar, e eu vi que a maleta estava no mesmo lugar, só que ao contrário. Fui até Marlborough na casa dela, normal, conversando com ela. Quando deixei ela no estacionamento da casa dela, fui checar a minha maleta. abri um talão, e os primeiros cheques estavam corretos. Quando abri a parte de trás do talão, estavam faltando três cheques, como se estivessem rasgados. E tinha um do meio que foi pego. Eu pensei, ‘pronto, ela pegou o meu cheque’. Eu liguei para ela, disse que nao estava acusando de nada, mas queria saber se ela tinha pegado ou não. Ela disse que não, que tinha dois filhos, estava fazendo um trabalho e jamais faria isso”, continua Dhiogo.

 

“Então eu fui na lojinha que ela trocava o cheque. Eu falei que estava com uma dúvida, que eu tenho uma funcionaria que foi trocar um cheque com ele. Ela foi no dia anterior e ele disse que sim, que ela tinha ido com um cheque de 1220 dólares, e estava estranho, que estava escrito o 1 com uma caneta de cor diferente. E eu tinha dado um cheque de 220. E não de 1220. E ele disse que 30 minutos depois, ela voltou com um cheque de 1185 no mesmo estilo. O 1 na frente e escrito One Thousand de uma maneira diferente e não trocou o cheque. Eu falei, ‘pronto, essa mulher está pegando cheque meu e tentando alterar’. Esse de 220 eu dei pelo trabalho semanal. Normalmente ela ganhava 270 dólares por semana. E eu estava separando 50 dólares por semana que eu iria dividir em 20 vezes para tentar ajudar e fazer a pessoa caminhar. Eu pensei que ela estava roubando, liguei para o banco e bloqueei a conta. E estava procurando provas de que ela tinha pego. Eu tenho uma dash cam no meu carro, que desde dezembro não estava filmando, e não consegui pegar a filmagem. E enquanto isso, que ela mandava mensagem dizendo que não tinha feito isso, eu fui entrando na onda dela. Dizia para não se preocupar. Estava tentando dar tempo de ligar para a polícia. Liguei para a pessoa que contrata para cancelar a entrada dela no prédio. Liguei para o banco para cancelar o talão de cheques inteiro. E fiquei procurando por provas. Até que a minha noiva deu a ideia de ir até a farmácia e ver se tinha alguma câmera. Tinha uma câmera que pegava a parte de trás do carro. Falei com o gerente e fomos olhar as filmagens. Tem a hora certinha que eu estaciono, às 2h35 da tarde, e as 2h40 saindo. Na hora que eu fecho a porta do carro para entrar na farmácia, dá para ver movimentos no carro, mas não a face da pessoa. Eu pedi o vídeo, mas ele disse que só a polícia poderia ter acesso. E como eu não consegui falar com a polícia, ficou por isso”, disse.

 

“Na segunda feira, ela foi no mercado Brasileirinho, em Marlborough tentar trocar o cheque, mas o cara que troca cheques já tinha dito para todos os mercados, dizendo para não trocar o cheque, porque era roubado. E a mulher do Brsileirinho me ligou, que a Gisele estava com um cheque de 7 mil dólares querendo trocar. E eu tentei pegar ela em flagrante. Chamei a polícia. Saí de Water Town, faltando 20 minutos para eu chegar, a dona me liga falando que a polícia estava lá falando com ela. Eu dei o meu depoimento para a polícia. Estava muito ansioso naquela hora. Foi um baque muito grande. E depois teve uma pessoa que trocou um cheque de 12 mil dólares. A pessoa deu 5 mil e pouco em cash e estava esperando o dinheiro entrar na conta para dar o resto. Eu entrei em contato com essa pessoa, fomos a DP junto. Nisso ela estava presa, e os policias falaram que há uma lei em Massachusetts que não pode manter a pessoa na DP. Ela tinha uma corte na quarta. Ela chegou a ir para a DP, e depois deve ter sido liberada”, completa.

 

Quanto a acusação de Gisele, de que ele teria dado 19 mil dólares a ela em troca de sexo, Dhiogo foi direto: “São acusações que o meu advogado vai ficar satisfeito de ver”.

 

Gisele disse que Dhiogo foi na farmácia comprar remédio para dor e camisinha. E ele se defendeu, dizendo que comprou pílulas mastigáveis para dor no estômago. “E na hora que eu cheguei no carro, notei que a minha pasta estava ao contrário, senti que tinha alguma coisa errada, mas fui embora normalmente”.

 

Thathyanno também questionou quanto a mensagem de áudio que ele enviou a ela, dizendo para ficar tranquila em relação aos cheques, e Dhiogo disse que fez isso quando tentava ganhar tempo para cancelar os cheques, a entrada na empresa e ligar para a polícia. “Eu tentei deixar ela calma. Ela tentou andar mensagem pelo WhatsApp dos filhos dela, dizendo que os filhos dela me achavam muito handsome. Chegou na sexta-feira de manhã. Eu liguei , ela n!ao atendeu, então eu mandei um audio dizendo que ela nao afia mais parte da companhia, que nao era para ela entrar em contato com ninguém da companhia e que os cartões de entrada haviam sido cancelados”

 

Thathyanno chamou então outras supostas vítimas de Gisele.

 

Rafael Souza, que tem uma empresa de transporte de veículos, contratou ela para trabalhar no office. Ele conta que fez um post no Facebook, procurando alguém para trabalhar lá, quando ela entrou em contato. “Como ela é uma mentirosa, eu fiquei com dó dela. Disse que tinha experiência com isso, com aquilo, então eu dei uma oportunidade para ela. E no primeiro dia de trabalho, ela teve acesso a meu talão de cheques, roubou sete cheques e no primeiro dia pediu para sair mais cedo. Inventou uma história. E  no dia seguinte ela voltou. Só que eu tenho câmera no office e reparei que ela ficou a manhã inteira no celular sem fazer nada. Meio dia ela inventou que estava passando mal, que tinha que ir para casa, com muita dor de barriga. E eu mandei ela ir para casa. Só que assim que ela foi embora, já mandei mensagem dizendo que não ia funcionar para mim. Que no primeiro dia foi embora mais cedo, no segundo falou que estava doente e ficou a manhã toda no celular. Ate aí tudo bem. Voltou, perguntou o porque eu estava mandando ela embora. E no dia seguinte eu acordei com a surpresa de que tinha debitado o cheque na minha conta. Ela roubou sete cheques,  trocou dois. Foi por isso que ela foi embora. E no dia seguinte foi trocar cheques também. Mas só dois bateram na minha conta. O resto eu cancelei. Consegui descobrir a tempo. Na quarta eu recebei uma ligação de uma loja em Marlborough dizendo que ela estava tentando trocar o cheque. Eu disse para não trocar, cheguei em minutos no local. Fechei o carro dela com a minha caminhonete. A polícia chegou depois. Só que neste dia, a polícia disse que não podia prender ela, porque ela não chegou a pegar o dinheiro e que não teria compo provar que foi ela que pegou o dinheiro. Eu paguei o guincho para guinchar o carro dela. E está lá no pátio até agora. É por isso que ela ficou sem carro. Depois que eu descobri as coisas com o Dienyson. Fui eu que descobri o cheque que ela roubou da cliente dele. E comprou um cachorro e conseguiu pegar 400 dólares de volta da mulher do cachorro. A capacidade dessa mulher de mentir é incrível. Não tem explicação”, afirma.

 

Já Dienyson Assis, que tem uma empresa de manutenção e limpeza, também deu uma oportunidade a Gisele trabalhar. Ela ficou no local por três dias, entre quarta e sexta. “E a gente sempre explica para os novos funcionários que a gente espera uma semana para fazer o pagamento e ela já sabia disso. Na quarta-feira foi tranquilo. Mas na quinta-feira ela já estava desesperada falando que precisava de dinheiro. Eu quis ajudar e fiz um cheque pagando a quarta e a quinta. Fiz um cheque de 140 dólares. Na sexta, ela trabalhou o dia, e também desesperada, fiz mais um cheque de 70 dólares pagando o dia. Ela ficou de voltar na terça-feira, e ela nao atendia o telefone mais. Eu e a minha esposa, que ajuda a tocar a companhia, achamos bem estranha a conversa dela. E na terça, quando ela nao apareceu no trabalho, eu mandei uma mensagem dizendo que não precisava mais voltar. E ela nunca respondeu. Então na terça à tarde, depois que eu mandei essa mensagem, minha esposa notou que saiu um cheque de 1040 dólares da conta. A gente nao entendeu qual cheque seria. Fomos ver, e era o de 140. Ela falsificou o cheque ridiculamente, colocando um T na frente do hundred, e inventou zero no 1 e transformou em 1040. Liguei no banco. Cancelamos a conta e deixamos passar. Na quarta-feira, eu fiquei sabendo o que aconteceu com o Rafael. Eu já fiz a queixa à polícia. Colocamos as duas queixas juntas. E descobri na sexta-feira que ela tinha roubado um cheque em branco de dentro da bolsa de uma cliente e assinou o cheque com 3 mil dólares. Comprou um cachorro por 2,6 mil dólares e a mulher ainda voltou 400 dólares em cash. O Rafael informou a polícia, e a dona conseguiu pegar o cachorro de volta, mas não os 400 dólares”, revela.

 

Thathyanno contou que entrou em contato com a dona do cachorro, e ela disse que não gostaria de dar entrevista.

 

Dhiogo contou que a pessoa que recebeu o cheque de 12 mil dólares, irá entrar com uma ação contra ela. Ele também disse que a polícia não entrou em contato com ele.

 

Já Rafael disse que ela responde a vários processos. “Essa mulher é perigosa. A capacidade dela de mentir é demais. Ela é terrível. Ela alugou a casa de uma mulher e deu um prejuízo enorme. Vocês não fazem ideia da capacidade desta mulher. Muitas vezes, muitos deixam de ajudar as pessoas, por causa de pessoas como ela”.

 

Dienyson contou também que pela quantidade de provas que a polícia já tinha, não era preciso que ele fizesse queixa. “Foi uma dor de cabeça da nossa parte, ter que fazer outra conta. Mas felizmente, não perdemos dinheiro nenhum. Daí eu vi a situação do Dhiogo e pensei, ‘essa mulher ainda está solta’. Ela disse que a nossa comunidade não tem empatia, mas ele teve empatia por ela. A gente também. Inclusive, ninguém ficava com ela sozinho. Já que era estranho, pois desde o primeiro dia, ela já falava que tinha sido estuprada. Foi estranho. Então a gente tomou cuidado. Ela falava que estava passando fome, e a minha esposa se ofereceu de comprar comida. Então ela não pode dizer que a gente não tem empatia”, disse.

 

Adriano, ex-marido de Gisele, entrou na entrevista para falar dela. “Sinto por terem sido lesados por uma pessoa que tem uma boa lábia. Quando eu morei aí e os meus pais foram me visitar, ela lesou meus pais em 2 mil dólares e ainda ficou um apartamento meu. Essa história de que ela tomou a pílula para não engravidar, é mentira, porque ela removeu o ovário. E o outro rapaz que disse que ela tem problemas com o pai. Ela diz que foi agredida pelo pai, o que é mentira, foi comprovado, mas o pai responde pelo processo até hoje. Ela vai a corte, mas mente para os filhos que é para resolver caso meu”, disse Adriano, que ficou casado com ela por quase oito anos.

 

Thathyanno perguntou se na época ela tinha se metido em algum caso com cheques. Ele disse que não, mas que ela roubou cerca de 2 mil dólares dos pais dele. “Minha mãe tem os recibos para provar. E ela faz muito vitimismo com o problema no coração. Usa dessa artimanha para poder conseguir aquilo que ela quer”, revelou.

 

Já no fim da entrevista, Gisele também pediu para participar da live. Em primeiro momento, xingou o ex-marido. Em seguida também agrediu os outros homens. Principalmente Rafael, a quem disse que estaria falando dos filhos dela.

 

“Não nego que eu fui deportado. Mas passei frio e fome dentro da imigração. Ela com o meu dinheiro não colocou um centavo para me ajudar, e agora está falando essas coisas”, completou Adriano.

 

Confira a entrevista completa: