López Obrador e sua sucessora eleita rebatem declarações do embaixador americano e destacam a importância da autonomia mexicana em relação à reforma do Judiciário.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, e sua sucessora eleita reforçaram na última segunda-feira (26) a defesa da reforma judicial que está em debate no país, apesar das críticas vindas do embaixador dos Estados Unidos, Ken Salazar. Para López Obrador, as declarações do diplomata americano configuram uma clara interferência nos assuntos internos do México.
A reforma, que prevê a eleição popular de juízes, estava em análise por um comitê da Câmara dos Deputados do México e, caso seja aprovada, seguirá para debate no plenário no início de setembro. Em uma coletiva de imprensa, o presidente foi questionado se acreditava que os Estados Unidos estavam se envolvendo em questões domésticas mexicanas. A resposta foi direta: “Sim“.
A reação veio após o embaixador Salazar afirmar, na última quinta-feira, que a reforma judicial mexicana representaria uma ameaça à democracia do país. Segundo ele, essa medida poderia expor o Judiciário à influência do crime organizado, além de colocar em risco a estreita relação comercial entre os Estados Unidos e o México.
Os EUA e o México são os maiores parceiros comerciais um do outro, com um crescente número de fábricas americanas sendo instaladas em território mexicano, à medida que empresas procuram afastar suas cadeias de produção da China. Apesar das críticas, López Obrador frisou que as relações com Salazar e com o presidente dos EUA, Joe Biden, permanecem amigáveis. Contudo, ele destacou a importância de respeitar a soberania nacional: “Nós exigimos que respeitem nosso país, nossa independência e as decisões que tomamos.”
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