
Nas últimas semanas, o GNewsUSA tem mostrado o caso da brasileira Catherine Chapelle. Ela possui uma empresa que vende consultoria jurídica, sem ter nenhum tipo de licença, como é requerido no estado de Massachusetts (CLIQUE AQUI PARA LER MAIS). Além disso, ela responde a diversos processos no Brasil. De empresas como Banco do Brasil, Massey Ferguson, Fortaleza Agrícola Norte, a pessoas. Processos, que somando os valores, chegam a cifras milionárias.
E em um trabalho jornalístico, o repórter investigativo Thathyanno Desa encontrou uma das vítimas de Catherine no Brasil. Em um negócio envolvendo a compra de lenha, Eduardo Elveton de Oliveira perdeu centenas de milhares de reais ao pagar adiantado mulher. Passaram-se cinco anos, o caso corre na justiça e ele nem sonhava mais em recuperar esse dinheiro. Até contar a sua história e descobrir onde ela está.
“Tinha 5 anos que eu não havia nem falar dela. Só ouvir que ela estava nos Estados Unidos e eu não acreditava que ela tinha quebrado. Mas fui na casa dela e vi que ela tinha ido embora. E quando ela viu que eu iria dar entrevista, ela ligou na minha casa, falou com a minha esposa e me mandou três mensagens”, contou Eduardo.
“De 30 hectare de lenha, cortei 8, tá lá no chão, que eu não pude tirar. Paguei peão, trator, comida, despesa para todas as pessoas que trabalharam. E meu carro, eu entreguei pra eles. Eles não pagaram a dona da fazenda e ela bloqueou com a polícia. Eu fiquei no prejuízo e ficou rolando o processo. Eu nunca ameacei ela. Só quero receber meu dinheiro”.
Ele também disse ter sido coagido pelo advogado de Catherine. “Eu não tinha (esperança de receber). Agora eu tenho. Eu fui ameaçado pelo advogado dela. Ele me ligou dizendo que ia me processar por calúnia. E eu disse, ‘doutor, eu me admiro um homem como o senhor, advogado, estar coagindo uma pessoa que está falando a verdade. Eu não preciso mentir. Se ela tivesse me pagado, estaria tudo bem’. Eu dei cinco anos e eu vivo trabalhando. Tenho quatro pontes de safena. Faz um mês que eu estou operado e eu disse pra ele que ele não poderia me ameaçar e eu iria fazer um BO contra ele se continuasse me ameaçando. Aí ele parou de me ligar”, contou Eduardo.
Inclusive, em uma mensagem, o advogado ameaçou Eduardo caso ele desse a entrevista a Thathyanno. “Estou no aguardo do advogado do sr. Mais uma vez, reforçando a notificação, caso a live venha a ocorrer tomaremos medidas cíveis e penais contra o sr e sua esposa, conforme consta na notificação. Acredito que possamos resolver esse impasse amigavelmente. Obrigado”, dizia a mensagem.
“E ela disse que iria me processar por calúnia, difamação e mais um monte de nome. E eu disse que isso não é ética de um advogado, que está tentando me coagir, e que encaminhe ao juiz, que ele vai determinar quem tá certo e quem está errado. Mas eu só estou cobrando o que é meu, o meu suor”, revela o homem.
A esposa de Eduardo, Patricia dos Santos Souza, revelou que ficou com medo de sofrer algum mal. “Ela ligou e perguntou [da entrevista], quem atendeu fui eu, e ela queria saber o porquê a gente tinha feito o vídeo. Ela disse que o meu nome não consta no processo, só que o carro era meu”. “Ele não pode ficar estressado, mas tem ficado muito estressado. A gente não para de receber ligações e notificações do advogado dela tentando coagir a gente. Eu até falei que não ia dar entrevista porque fiquei com medo. Vai que ele faça alguma cosia com a gente. O advogado queria que eles se retratassem. Não temos porque nos retratar, pois estamos falando a verdade. Eu não vou me retratar de uma coisa que eu disse a verdade”, completou.
Hoje, Eduardo passa dificuldades. Diabético, tem quatro pontes de safena, e faz um mês que colocou um marca-passo. “Deus me ajudou de ter colocado o senhor no caminho, senão jamais na minha vida eu iria localizar. Agora eu tenho esperança de receber. O pai dela está doente. O irmão dela contou que ela foi lá e tirou dinheiro da conta do pai”, revelou Eduardo.
Sobre o irmão de Catherine, Eduardo disse ser uma pessoa honesta e trabalhadora. Contou que já fez negócios com ele e que ele pagou tudo corretamente. “É uma pessoa maravilhosa, é muito direito. Ele tirava dinheiro para comer para pagar os funcionários”, disse.
Thathyanno também entrou em contato com o irmão de Catherine, Christian Chapelle, que disse que nunca usou o nome de ninguém indevidamente.
REPORTAGEM EXPÕE MENTIRAS E CONTRADIÇÕES
Durante a live, Thathyanno exibiu uma reportagem mostra algumas mentiras e contradições contadas por Catherine e que foram expostas justamente por supostos clientes. Ela postou, no Facebook, uma nota de resposta à matéria feita pelo GNewsUSA. Mas as próprias pessoas que comentavam, confirmavam que ela fazia justamente aquilo que tenta negar, que é aconselhamento jurídico.
“Eu quero agradecer por tudo que você fez por mim, principalmente pelo meu trabalho, muito obrigada por tudo, todo apoio, conselho. Muito obrigada”, escreveu uma pessoa.
Também há várias inconsistências entre o que o que Catherine diz e o que os supostos clientes respondem. Ela diz que a empresa é a única que devolve o dinheiro caso o processo não seja aprovado. Mas uma pessoa responde, dizendo que “pedi informações à Catherine em questões jurídicas, inclusive ela me passou um ótimo advogado que me telefonou para saber do caso sem custos”.
Outra pessoa responde que além de nunca ter ficado sem resposta, nunca foi cobrado um centavo. Afinal, se ela não cobra, como poderia devolver o dinheiro? “A Catherine nunca conversou sobre valores comigo. Ela apenas me recomendou pro advogado e lá foi conversado sobre valores”.
No próprio Instagram da empresa, no caso das pessoas presas por terem fraudado contas de aplicativos de motorista, ela mesma já afirma que quem foi citado na lista do FBI, precisa ter 25 mil dólares para ter um advogado. Mais um caso de falar uma coisa, e as outras pessoas responderem outra.
“As próprias pessoas falam nos comentários que ela está dando aconselhamento. Mas isso é ilegal. Ela não tem respaldo jurídico. Não pode dar conselho. Está fazendo trabalho de advogado. Temos que tomar cuidado. Tem várias pessoas que estão questionando, falando sobre processos que deram errado, porque estão falando com uma pessoa que não estudou, que não sabe do que está falando. Você senta com essa pessoa e está perdendo tempo. Ela fala que não está dando conselho jurídico, mas a empresa se chama CNN Legal Service. Não tem ninguém na emrpesa que tenha a licença que o estado exige. Entramos em contato com várias vítimas no Brasil. Estamos falando de milhões de reais. Essas pessoas só confirmam o que foi escrito na matéria, que ela está dando conselhos sem respaldo jurídico. O nome já diz tudo”, destacou Thathyanno.
Confira abaixo a entrevista completa e a reportagem
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