
Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, surpreendeu moradores da Ceilândia com comportamentos que sugeriam um adeus iminente antes de executar o atentado.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Nos dias que antecederam o ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF), o responsável pelas explosões na Praça dos Três Poderes, Francisco Wanderley Luiz, deixou uma série de sinais sobre suas intenções. Aos 59 anos, ele vivia de maneira reservada em uma casa alugada na QNN 7, na Ceilândia Norte, região administrativa do Distrito Federal, onde permaneceu por cerca de três meses.
Despedidas e gestos generosos
Lucas França, morador da região, percebeu a presença de Francisco há cerca de dois meses. O chaveiro frequentava sua bicicletaria para pequenos reparos, sempre pagando com cartão e trocando poucas palavras. “Era sempre assim, ele fazia o serviço, pagava e saía. Nunca ficava conversando muito”, relatou Lucas.
Na esquina de sua residência temporária, uma distribuidora de bebidas era outro ponto frequente para Francisco. Lá, ele desenvolveu uma relação de confiança com a atendente Sabrina Raposo. A jovem conta que, uma semana antes do atentado, Francisco afirmou que iria “viajar” e “não voltaria mais”. Em uma conversa com o irmão de Sabrina, disse: “Para lembrar de mim, é só olhar para as estrelinhas”.
Segundo Sabrina, essas declarações o tornaram suspeito de algo trágico. “Achei que ele ia fazer algo contra ele mesmo. Ele vinha aqui quase todo dia e parecia estar se despedindo de todos.”
Sinais de tristeza e isolamento
Apesar de ser descrito como pacífico, Francisco aparentava carregar tristeza e solidão. Ainda assim, ele mantinha gestos de generosidade. “Minha mãe precisava de umas tomadas, e ele apareceu com elas no dia seguinte. Ele também me ajudou com dinheiro para limpar os dentes, sem eu pedir”, revelou Sabrina.
Yasmim Alves, outra moradora da região, destacou o carinho de Francisco por seu filho. “Ele disse que meu filho tinha uma luz linda e que era muito abençoado. Presenteou ele com uma mochila e um quadro de desenhar, sempre incentivando meu menino.”
Autor do atentado buscava reconhecimento antes da tragédia
Na noite do ataque, Francisco teria comentado pela última vez com Sabrina que as pessoas conheceriam seu nome. “Ele disse: ‘Amanhã todo mundo vai ouvir falar de Tiü França’.”
Pouco depois, ele foi até a Praça dos Três Poderes, onde detonou explosivos em um veículo, resultando em sua própria morte. O episódio chocou a comunidade da Ceilândia e levantou questões sobre os sinais que poderiam ter sido identificados para evitar a tragédia.
O caso segue em investigação pelas autoridades, que analisam as circunstâncias e os possíveis motivos do ato extremo.
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