Falta de clareza fiscal e demora em medidas do governo geram instabilidade.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
O dólar comercial disparou nesta quarta-feira, 27, fechando a R$ 5,91 e alcançando o maior valor da história em relação ao real. A moeda americana registrou alta de 1,80% no dia, superando até mesmo os picos cambiais da crise sanitária de 2020. A nova marca reflete o clima de incerteza que domina o mercado financeiro brasileiro.
Investidores têm demonstrado desconfiança crescente diante da condução da política econômica pelo governo Lula. A demora na definição de estratégias para conter o déficit fiscal e o controle dos gastos públicos tem ampliado o sentimento de instabilidade. Apesar das promessas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de anunciar um pacote de medidas para reequilibrar as contas, a falta de ações concretas está cobrando seu preço.
Promessas vazias e decisões atrasadas
A gestão econômica liderada por Haddad vem enfrentando severas críticas por falhar em apresentar um plano fiscal confiável. Analistas destacam que a ausência de cortes claros no orçamento e a lentidão na tomada de decisões estão enfraquecendo o real e aumentando a desconfiança nos mercados internacionais.
Embora a necessidade de reduzir R$ 6,1 bilhões no Orçamento já tenha sido identificada, o governo ainda não conseguiu definir quais áreas sofrerão cortes. Essa hesitação não apenas aprofunda a sensação de incerteza, mas também revela dificuldades internas de articulação política.
Consequências para o Brasil
O fortalecimento do dólar frente ao real traz impactos econômicos imediatos:
• Alta nos preços: Produtos importados e insumos dolarizados devem pressionar a inflação, impactando diretamente o bolso do consumidor.
• Custo da dívida: A dívida externa brasileira, atrelada ao dólar, se torna mais cara, aumentando o peso sobre as contas públicas.
Sem medidas firmes e confiáveis, a tendência de desvalorização do real pode persistir, prejudicando ainda mais a economia e a população. A demora do governo Lula em oferecer respostas eficazes e a condução hesitante de Haddad estão sob intenso escrutínio. Para conter a crise, será necessário mais do que discursos: o mercado espera, e com urgência, ações concretas.
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