
Líder da oposição venezuelana destaca a importância do apoio brasileiro para garantir a posse de González e a transição para um governo democrático.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Em uma sessão da Comissão de Política Exterior e Defesa na Câmara dos Deputados, em 3 de dezembro de 2024, María Corina Machado destacou a necessidade urgente do Brasil apoiar a posse de Edmundo González como presidente da Venezuela. Para ela, o apoio do governo brasileiro é fundamental para garantir uma transição pacífica e democrática, pressionando Nicolás Maduro a aceitar a vontade popular.
“Precisamos do Brasil, precisamos do seu povo, precisamos do seu governo e do seu congresso”, afirmou Corina, reforçando a importância do envolvimento do Brasil para que o novo governo venezuelano, liderado por González, possa ser reconhecido e estabelecido.
O deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) questionou a oposição sobre as eleições que consagraram a vitória de Maduro, mas Corina reiterou que o reconhecimento de González seria um passo fundamental para garantir um governo democrático e legítimo. “Esperamos que o Brasil reconheça Edmundo González como presidente eleito, para que dessa forma seja feita uma pressão sobre Maduro, para que ele perceba que a melhor opção é uma transição organizada”, explicou a líder da oposição.
Em resposta a perguntas sobre o futuro da imigração caso Maduro permaneça no poder, Corina foi contundente: “Se Maduro prolonga esta agonia, se com sangue e força ele fica no poder, em poucos meses vamos ver 4 ou 5 milhões de venezuelanos cruzando a fronteira com o Brasil.” Segundo ela, o fluxo migratório seria uma “válvula de escape” para os cidadãos diante das tensões sociais no país.
Corina também ressaltou que uma transição pacífica seria essencial para interromper esse fluxo migratório e permitir que os venezuelanos pudessem voltar a trabalhar pelo futuro de sua pátria. “Milhões de cidadãos vão voltar a trabalhar duro para reconstruir um país com pilares democráticos e republicanos sólidos”, declarou.
Sobre a nova administração de Donald Trump nos Estados Unidos, Corina acredita que o governo republicano continuará com a política de pressão contra o regime de Maduro, seguindo uma linha firme de apoio à oposição. Edmundo González, que também participou da sessão, falou sobre a Lei Simón Bolívar, aprovada por Maduro, que pune quem apoia as sanções contra a Venezuela. “Essa lei não deseja apenas silenciar opositores dentro do país, mas também aqueles que denunciam irregularidades fora da Venezuela. Essa lei é uma das práticas mais evidentes das violações aos direitos humanos”, destacou o candidato da oposição.
González, que afirmou que retornará à Venezuela no dia 10 de janeiro de 2025 para assumir a presidência, também explicou as estratégias para garantir sua posse, que dependerão de uma pressão interna e externa contra o regime de Maduro. Corina reiterou que a transição pacífica é essencial e afirmou que, caso Maduro não a aceite, ele “perde” a legitimidade.
“Isso não é um assunto de esquerda ou direita, é uma questão de liberdade frente à opressão, é uma questão de fazer valer a soberania popular e os direitos humanos”, concluiu María Corina Machado.
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