Zelensky denuncia regimes de Putin e Assad e exige justiça por crimes contra a humanidade

Foto: reprodução
“Cúmplices da violência”, declara o líder ucraniano ao reforçar a necessidade de combater regimes autoritários no Dia dos Direitos Humanos.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA

No Dia dos Direitos Humanos, celebrado em 10 de dezembro, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um forte apelo à comunidade internacional, destacando as atrocidades cometidas pelos regimes de Vladimir Putin e Bashar Assad. Zelensky defendeu a prisão dos dois líderes, responsabilizando-os por crimes contra milhares de pessoas submetidas a prisões brutais e câmaras de tortura na Rússia e na Síria.

Durante uma publicação na rede social X, o presidente ucraniano lembrou as décadas de violência sistemática imposta pelos governos de Putin e Assad, que, segundo ele, mantêm-se no poder às custas da repressão e do sofrimento humano.

“O Dia dos Direitos Humanos deste ano é marcado por imagens de cortar o coração das prisões e câmaras de tortura sírias, que foram abertas depois que Assad fugiu.

Pessoas foram humilhadas lá por muitos anos. Homens e mulheres. Eles foram espancados, torturados, estuprados. Milhares e milhares de pessoas passaram por esta fábrica de violência.

Por décadas, o regime de Assad tem se apoiado somente na violência. E assim aparentam ser todos os regimes apoiados por Putin”, afirmou Zelensky.

Uma herança de opressão

Zelensky também traçou um paralelo entre as violações cometidas na Síria e os abusos documentados nos territórios ocupados pela Rússia na Ucrânia. O presidente descreveu como, desde a anexação da Crimeia em 2014, o regime de Putin tem utilizado a repressão como ferramenta para consolidar seu controle.

“Vimos esses tipos de prisões, câmaras de tortura, violência indizível, humilhação, espancamento, tortura, estupro e outros crimes em nosso território, em todos os locais ocupados por invasores russos. A Rússia é um estado-prisão e só pode manter as terras roubadas de outros se instalar ali suas prisões e câmaras de tortura”, denunciou.

Zelensky citou ainda a repressão à comunidade muçulmana dos tártaros da Crimeia e a perseguição a jornalistas e ativistas políticos como exemplos da brutalidade russa. “Desde o início da ocupação russa, os tanques foram seguidos por repressão e tortura”, disse.

O líder ucraniano afirmou que as práticas de tortura, presentes inicialmente na Crimeia e no Donbas, foram ampliadas para os territórios ocupados após a invasão em larga escala iniciada em fevereiro de 2022. “A Rússia expandiu as práticas de repressão e tortura para o resto dos territórios ocupados na Ucrânia, intensificando as atrocidades em escopo e brutalidade”, explicou.

Relação de poder e violência

Zelensky também enfatizou a ligação estreita entre Putin e Assad, caracterizando-a como uma relação que vai além de uma aliança política.

“Eles são cúmplices da violência. Ditadores como Assad não podem sobreviver sem ditadores como Putin. E Putin tentará se vingar da queda de Assad”, destacou. Ele reforçou que a luta da Ucrânia não é apenas uma batalha nacional, mas um esforço global para enfrentar regimes autoritários que “semeiam humilhação e não deixam nada além de sofrimento, dor e ruínas em seu rastro”.

Justiça como prioridade

Zelensky concluiu com um apelo por justiça, sublinhando que a responsabilização de Putin e Assad é essencial para garantir segurança e proteção em escala global.

“Deve haver justiça para as atrocidades horríveis e violações de direitos humanos. Na verdade, Putin e Assad são os que merecem ser presos, não as pessoas inocentes que eles vêm aprisionando há anos”, finalizou.

O discurso de Zelensky ecoa o clamor por maior unidade internacional para combater regimes autoritários, ressaltando que o apoio à Ucrânia é um passo vital na defesa dos direitos humanos em todo o mundo.

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