
Investigações apontam movimentação de R$ 4 bilhões e transporte de uma tonelada de ouro extraído ilegalmente.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Na manhã desta quarta-feira (11), a Polícia Federal deflagrou a Operação Flygold II, que tem como objetivo combater uma organização criminosa especializada no transporte ilegal de ouro extraído de terras indígenas, incluindo a Terra Indígena Munduruku, no Pará. Após um ano de investigações, foi identificado que cerca de uma tonelada de ouro foi transportada ilegalmente, gerando uma movimentação de mais de R$ 4 bilhões entre os envolvidos, que utilizavam empresas fantasmas e “laranjas” para ocultar as transações.
O funcionamento do esquema
Segundo o delegado Pedro Henrique Melo Carneiro, o esquema criminoso envolvia estrangeiros recrutados para transportar o ouro em voos comerciais, despachando o material em bagagens. A operação foi batizada de “Flygold” devido ao uso desses voos internacionais. O ouro extraído ilegalmente era enviado para outros estados e até exportado, abastecendo o mercado global de forma ilícita.
Os investigados também utilizavam estratégias de lavagem de dinheiro, como o registro de empresas de fachada e movimentações financeiras complexas para dificultar o rastreamento dos valores. O esquema atingia diferentes estados e setores econômicos.
Ações da operação
A Operação Flygold II mobilizou a Polícia Federal para o cumprimento de:
•19 mandados de busca e apreensão;
•9 mandados de prisão;
•Sequestro de mais de R$ 615 milhões em bens e valores.
As ações foram realizadas nos estados do Pará, Roraima, Amapá, São Paulo, Paraná e Goiás, envolvendo contas bancárias, imóveis e veículos ligados ao esquema. O bloqueio dos bens tem como objetivo impedir que os criminosos continuem usufruindo dos lucros ilegais.
Impactos nas terras indígenas e ambientais
A extração ilegal de ouro tem causado graves prejuízos às terras indígenas, especialmente na região Munduruku. As práticas criminosas resultam em desmatamento, contaminação dos rios por mercúrio e destruição da biodiversidade local, além de ameaçarem a sobrevivência das comunidades indígenas que dependem desses recursos naturais.
A Polícia Federal enfatizou que o combate ao garimpo ilegal é uma prioridade, buscando não apenas punir os responsáveis, mas também preservar o patrimônio ambiental e os direitos dos povos originários.
Consequências legais
Os envolvidos no esquema poderão responder por associação criminosa, lavagem de dinheiro, usurpação de bens da União e crimes ambientais, com penas que podem ultrapassar 20 anos de prisão.
Próximos passos
A PF informou que as investigações continuarão para identificar outros integrantes da organização criminosa e desmantelar toda a cadeia de transporte, comercialização e lavagem de ouro. A operação reforça o compromisso das autoridades brasileiras em proteger as riquezas naturais do país e combater o crime organizado.
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