Crianças imigrantes na Grécia enfrentam condições precarias

Foto: reprodução
Famílias relatam falta de assistência, alimentos inadequados e ausência de espaços seguros para menores.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA

Em 2024, a Grécia registrou um aumento significativo no fluxo de migrantes e refugiados, com mais de 58 mil pessoas entrando no país até novembro, incluindo 13 mil crianças. Porém, o que deveria ser uma oportunidade de recomeço para essas famílias frequentemente se transforma em um cenário de privação e abandono nos campos de acolhimento espalhados pelo país.

Esses campos, localizados principalmente em áreas remotas do território continental grego, apresentam condições extremamente precárias para os menores de idade. Relatórios recentes apontam problemas que vão desde alimentação inadequada, frequentemente vencida, até falta de infraestrutura básica para garantir a segurança e o desenvolvimento das crianças.

Infância marcada pela negligência

Embora as legislações grega e europeia estabeleçam medidas especiais de proteção para menores refugiados, na prática, as crianças encontram pouco ou nenhum suporte. Muitos dos campos carecem de espaços apropriados para brincar, estudar ou socializar. Além disso, as estruturas físicas dessas instalações estão frequentemente deterioradas, com relatos de mofo, infestações por insetos e condições de higiene inadequadas.

“As crianças ficam confinadas em locais insalubres, sem acesso regular à educação ou atividades recreativas”, descreve um relato de família que vive há meses em um dos campos. “A comida oferecida é escassa e, às vezes, chega estragada, colocando nossa saúde em risco.”

A ausência de serviços de apoio, como atendimento psicológico ou assistência jurídica, também é um ponto crítico. Muitas crianças, especialmente aquelas desacompanhadas, ficam vulneráveis a traumas emocionais e a riscos como exploração e violência.

Localização isolada e falta de integração

A localização dos campos agrava ainda mais o problema. Construídos em áreas distantes dos centros urbanos, eles dificultam o acesso a serviços essenciais, como saúde e transporte, isolando ainda mais as famílias refugiadas. Para as crianças, essa distância também representa um obstáculo à integração com as comunidades locais, limitando suas perspectivas de futuro.

Apesar do aumento expressivo no número de chegadas ao país, o sistema de acolhimento grego permanece sobrecarregado, com recursos insuficientes para atender a demanda.

Sem um planejamento eficiente e investimentos adequados, a qualidade de vida nos campos continua a deteriorar-se, deixando milhares de crianças em condições desumanas.

Um chamado por mudanças

Organizações que atuam na região têm pressionado as autoridades gregas e a União Europeia a tomarem medidas imediatas para reverter essa situação. A prioridade, segundo especialistas, deve ser garantir a segurança das crianças e o acesso a serviços básicos, como alimentação adequada, educação e suporte psicológico.

Além disso, há um apelo para que os campos sejam reestruturados e adaptados aos padrões europeus, proporcionando um ambiente mais digno para essas famílias. Com o aumento contínuo das chegadas de migrantes e refugiados, a questão dos campos de acolhimento na Grécia reflete não apenas uma crise humanitária local, mas também o desafio de uma política migratória europeia mais ampla que, muitas vezes, falha em atender às necessidades daqueles que buscam proteção.

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