Ministério Público denuncia 20 integrantes da Mancha Alviverde por ataque mortal a torcedores do Cruzeiro

Ataque a ônibus da torcida do Cruzeiro na rodovia Fernão Dias deixou um morto e 20 feridos; caso é tratado como ação de facção criminosa.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

O Ministério Público de São Paulo denunciou, nesta quarta-feira (18), 20 integrantes da torcida organizada Mancha Alviverde, acusados de envolvimento em uma emboscada contra torcedores da Máfia Azul, do Cruzeiro, que resultou na morte de um homem em outubro. O caso ocorreu na rodovia Fernão Dias, na altura de Mairiporã (SP), e deixou 20 feridos.

De acordo com a denúncia, os acusados agiram com motivo torpe, utilizando meios cruéis e de forma que dificultaram a defesa das vítimas. A emboscada foi um revide a um confronto ocorrido dois anos antes, em solo mineiro, quando integrantes da Máfia Azul atacaram membros da Mancha.

O ataque

O episódio aconteceu no dia 27 de outubro, quando dois ônibus da torcida cruzeirense retornavam de Curitiba (PR) para Belo Horizonte (MG), após o jogo contra o Athletico-PR. Na altura do pedágio em Mairiporã, os veículos foram interceptados por membros da Mancha Alviverde, que voltavam de uma partida entre Palmeiras e Fortaleza, realizada em São Paulo.

Segundo relatos, os agressores espalharam miguelitos (objetos para furar pneus) na estrada, obrigando os ônibus a parar. Em seguida, lançaram coquetéis molotov, rojões e bombas caseiras, invadindo os veículos com barras de ferro e pedaços de pau. Um dos ônibus foi incendiado, enquanto o outro sofreu depredação. Imagens que circularam nas redes sociais mostraram os veículos em chamas e torcedores feridos sendo agredidos.

Renan Bohus, advogado da torcida cruzeirense, afirmou que os passageiros estavam dormindo no momento do ataque. “Eles foram surpreendidos de maneira covarde, sem chance de defesa”, disse.

Investigação e prisões

A Polícia Rodoviária Federal encontrou no local miguelitos, bombas caseiras e outros artefatos usados no ataque. Jorge Luis Sampaio dos Santos, ex-presidente da Mancha Alviverde, foi apontado como mentor da emboscada e preso no dia 11 de dezembro. O vice-presidente da torcida, Felipe Mattos dos Santos, também foi detido na mesma data. Ambos negam envolvimento no caso.

Em nota, o Ministério Público comparou a atuação de torcidas organizadas como a Mancha Alviverde a facções criminosas, destacando a necessidade de ação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

O caso reacendeu o debate sobre a violência entre torcidas organizadas e a falta de controle sobre seus atos. A promotoria agora busca avançar no processo contra os acusados, que podem responder por homicídio qualificado e outros crimes relacionados à emboscada.

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