
Pesquisadores destacam potenciais ameaças de organismos sintéticos que desafiam sistemas biológicos e podem escapar ao controle humano.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
Pesquisadores de destaque, incluindo vencedores do Prêmio Nobel, lançaram um apelo urgente para a suspensão de estudos sobre “bactérias-espelho”. Esses organismos sintéticos, criados a partir de moléculas inversas às naturais, representam riscos consideráveis. Capazes de escapar das defesas imunológicas de humanos, plantas e animais, essas bactérias podem causar infecções letais incontroláveis.
O que são bactérias-espelho?
As moléculas da vida têm formas “canhotas” ou “destras” (como aminoácidos e DNA). A natureza usa apenas uma dessas formas, mas cientistas exploram versões “espelhadas” para criar micróbios imunes à degradação biológica. Embora ainda estejamos a uma década de criar bactérias-espelho completas, os avanços já levantam preocupações éticas e de segurança.
Aplicações e riscos
Pesquisadores acreditam que esses microrganismos podem revolucionar a medicina e a biotecnologia, ajudando a tratar doenças resistentes e otimizando processos industriais. No entanto, um relatório recente na revista Science alerta que, se liberados no ambiente, esses micróbios poderiam causar pandemias e seriam resistentes a tratamentos convencionais.
Chamado à ação
Especialistas pedem uma moratória imediata na criação de organismos espelho, destacando a falta de mecanismos para contê-los. “A menos que surjam evidências claras de segurança, não podemos arriscar”, afirmou Vaughn Cooper, da Universidade de Pittsburgh. Craig Venter, pioneiro em biologia sintética, e outros cientistas reforçam que o fascínio pela tecnologia não pode superar os riscos.
Reflexão global
O apelo busca mobilizar governos e financiadores para interromper projetos perigosos e promover debates globais sobre ética na biotecnologia. A comunidade científica alerta que decisões tomadas hoje podem determinar o futuro da biossegurança mundial.
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