
Mesmo fora do comando de Colatina (ES), o ex-prefeito Sergio Meneguelli, segue dando um exemplo positivo na política. Através de um vídeo, ele pediu o apoio da população brasileira contra o Projeto de Emenda Constitucional (PEC), que estabelece a volta das coligações nas eleições proporcionais, ou seja, para vereadores e deputados.
“Não bastasse a situação crítica que o nosso país está vivendo, estamos assistindo um retrocesso na nosso democracia, provocado, é claro, por quem se declara político em defesa do povo. Mas que defesa é essa? A Câmara dos Deputados aprovou em dois turnos a volta das coligações partidárias nas eleições proporcionais para deputados e vereadores. Pretende promover a mudança já em 2022. Foi enviada para votação ao Senado e é a nossa esperança agora. Peço que você fique de olho, veja em que o seu senador irá votar. São três senadores em cada Estado”.
O fim do sistema de coligações foi determinado em 2017 e passou a valer nas eleições municipais de 2020. Sem as alianças entre partidos, houve uma grande renovação nas Câmaras de Vereadores, e o pedido de Meneguelli é para que as coisas não voltem ao modelo anterior.
“Isso é um retrocesso sem tamanho. Um absurdo, uma vergonha nacional. Todos sabem que as coligações são alianças que os partidos fazem para valer apenas durante o processo eleitoral. A eleição de legenda funciona como um único partido. Apesar de durar pouco tempo, as consequências acabam por fazer muita diferença. Os mais espertinhos usufruem do tempo de propaganda do rádio e TV, qualquer candidato da coligação pode ser financiado pelo dinheiro de qualquer partido que está na coligação e sem contar que os votos dos diferentes partidos e diferentes candidatos são somados para definir quantos serão eleitos. O famoso me arrasta ou me leva. Alguém pode ter milhares de votos e perder a vaga para quem teve um pouco de votos. Essa máfia da coligação existiu por muitos anos e foi proibida em 2017. Um feito que foi muito comemorado, principalmente entre os especialistas jurídicos, porque além de contribuir para a redução do número de partidos, acabava com a possibilidade do eleitor votar em uma sigla e assim ajudar na eleição de outra. Tente entender o tamanho dessa desordem. Coligação é uma forma de manter partidos em atividades para depois serem usados como legenda de aluguel, enganando o eleitor e favorecendo a pirâmide partidária. Repare as mudanças que tivemos em 2020. Tivemos mudanças nas câmaras do Brasil ao elegermos vereadores sem coligações. Os eleitores sabiam exatamente em quem estavam votando. Teve clareza para definir quem seria o representante do eleitor”, disse.
“Mas aí veio o jeitinho brasileiro. Com essa nova regra, vários partidos passaram a encontrar dificuldades de caminhar sozinhos, principalmente porque tiveram um número bem pequeno de vereadores eleitos. Então imagine o número de deputados, e assim, não atingir a cláusula de desempenho, que foi criada em 2017 e que exige um mínimo de votos ou eleitos para ter direito ao fundo partidário, que é uma vergonha. Além do tempo de rádio e TV. Para eles, proibir as coligações é uma ameaça à sobrevivência das pequenas siglas. Está na cara que o sistema utilizado em 2020 e em vigor é o melhor sistema eleitoral que já tivemos no Brasil. A aprovação da PEC. É uma vergonha, um retrocesso que precisa ser vetado pelo Senado. Agora é com vocês senadores e eu convoco o Brasil para acompanhar passo a passo e exigir do senador do seu Estado que vote contra a aprovação dessa PEC que não beneficia o eleitor e sim os políticos profissionais, os políticos que ganham as eleições nos bastidores e não nas urnas. Se for mantido o que foi definido na Câmara, a bomba mais uma vez vai cair na mão do presidente da República”, completou o ex-prefeito de Colatina.
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