
Famílias enfrentam dificuldades financeiras e estruturais após mudanças no auxílio para crianças com microcefalia.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
O corte do benefício vitalício para crianças com microcefalia, anteriormente garantido por políticas assistenciais, trouxe preocupações significativas às famílias que dependem deste apoio para garantir cuidados essenciais aos seus filhos. A microcefalia, muitas vezes associada à infecção congênita pelo vírus Zika, exige tratamentos multidisciplinares e suporte constante, gerando custos elevados que se tornam desafiadores para a maioria das famílias.
Desafios financeiros enfrentados pelas famílias
Crianças com microcefalia geralmente requerem:
- Fisioterapia e Terapia Ocupacional: sessões frequentes para melhorar a mobilidade e prevenir contraturas, com custos médios entre R$ 70 e R$ 180 por sessão.
- Acompanhamento Neurológico e Pediátrico: consultas regulares, exames e medicamentos específicos.
- Equipamentos de suporte: cadeiras de rodas adaptadas, órteses e dispositivos de comunicação, cujo custo pode ultrapassar R$ 5 mil.
- Despesas com transporte: deslocamentos frequentes para consultas e terapias, muitas vezes em outras cidades.
- Necessidades alimentares e suplementares: em muitos casos, há demanda por dietas específicas e suplementos, aumentando ainda mais as despesas.
Impacto do corte no benefício
O benefício vitalício ajudava a cobrir parte dessas despesas, possibilitando uma maior qualidade de vida para as crianças e suas famílias. Com a interrupção do auxílio, muitas famílias relatam dificuldades para manter o acesso aos tratamentos necessários.
Além disso, o impacto psicológico sobre os cuidadores, geralmente pais ou avós que se dedicam exclusivamente às crianças, também é relevante. Sem o suporte financeiro, a sobrecarga emocional e o estresse tendem a aumentar.
Apoio e mobilização social
Diversas organizações de saúde e direitos humanos alertam para a urgência de políticas públicas que contemplem as necessidades dessas famílias. Grupos comunitários e ONGs têm mobilizado esforços para apoiar os afetados, mas ainda enfrentam limitações para atender à crescente demanda.
Especialistas reforçam que a falta de suporte financeiro e estrutural pode resultar no agravamento das condições das crianças, além de comprometer o bem-estar das famílias.
Soluções possíveis
- Revisão do corte do benefício: Propostas legislativas estão sendo discutidas para reavaliar o auxílio às crianças com microcefalia.
- Expansão de programas de saúde pública: Fortalecer o SUS para atender integralmente essas crianças pode reduzir a dependência de recursos privados.
- Campanhas de conscientização e arrecadação: Mobilizar a sociedade civil para apoiar as famílias mais vulneráveis.
A decisão de interromper o benefício vitalício coloca em risco o acesso a cuidados essenciais para crianças com microcefalia e desafia o compromisso de garantir condições dignas para aqueles que mais necessitam.
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