
Primeira-dama atua no Planalto, mas informações sobre sua agenda são negadas sob justificativa legal.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A negativa do governo Lula em divulgar informações sobre as atividades de Rosângela Lula da Silva, a Janja, tem levantado questionamentos sobre transparência no Palácio do Planalto. Apesar de sua presença constante em eventos oficiais e decisões estratégicas, o governo tem se recusado a atender pedidos de acesso à informação, gerando suspeitas sobre a verdadeira natureza de sua atuação.
Desde 2024, a ONG Fiquem Sabendo tem solicitado detalhes sobre a agenda de Janja, reuniões realizadas e assessores designados a ela. Contudo, a Casa Civil rejeitou os pedidos com o argumento de que, por não ocupar um cargo público, a primeira-dama não tem obrigação de registrar ou divulgar suas atividades. “As informações solicitadas não poderão ser disponibilizadas, posto que a sra. Primeira-Dama não ocupa cargo público, conforme a definição dos artigos 2º e 3º, da Lei nº 8.112/90. Diante disso, não possui obrigação de registrar e divulgar agenda,” justificou o órgão.
A explicação, no entanto, entra em choque com o protagonismo exercido por Janja em ações que envolvem políticas públicas e articulações políticas, incluindo sua influência em temas como indicações ao Judiciário. A Controladoria-Geral da União (CGU) também tem reforçado a posição do governo ao manter decisões favoráveis ao sigilo, mesmo diante de novos pedidos e recursos apresentados.
A negativa ocorre em um contexto em que o próprio presidente Lula prometeu, durante a campanha, romper com práticas de sigilo criticadas na gestão anterior. Essa postura, agora replicada em sua administração, tem sido alvo de críticas e levanta dúvidas sobre o real compromisso do governo com a transparência.
A ausência de respostas concretas da Casa Civil e da assessoria de Janja apenas amplia a desconfiança do público. Se não há motivos para esconder, por que as informações continuam sendo negadas? A falta de clareza em torno da primeira-dama coloca em xeque o discurso de abertura e transparência que marcou a campanha do atual governo, deixando muitos brasileiros frustrados e desconfiados.
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