Mudanças climáticas ameaçam a saúde pública no Brasil, aponta estudo da USP

Imagem: Reprodução
Relatório internacional revela que políticas de clima e saúde no país estão desconectadas, aumentando riscos de doenças e desafios para o SUS.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP) revelou que as políticas públicas brasileiras voltadas para o clima e para a saúde estão desconectadas, o que pode agravar os efeitos de inundações, ondas de calor e secas. Como consequência, o Sistema Único de Saúde (SUS) pode enfrentar desafios ainda mais complexos no futuro.

O estudo faz parte de uma pesquisa internacional envolvendo seis países — Brasil, Alemanha, Estados Unidos, Quênia, Reino Unido e Caribe — coordenada pelo Center for Climate Change Communication, da George Mason University, com financiamento da Wellcome Trust. Os pesquisadores destacam que eventos climáticos extremos recentes, como a seca histórica na Amazônia e as enchentes no Rio Grande do Sul, são exemplos concretos dos impactos crescentes das mudanças climáticas na saúde humana.

Impactos das mudanças climáticas na saúde

De acordo com a pesquisa, os impactos das mudanças climáticas incluem o aumento de doenças como enteroviroses, hepatites e leptospirose, além da expansão de arboviroses como dengue, malária, zika e chikungunya para regiões antes consideradas de baixo risco, como o Sul do Brasil.

Além disso, o estudo aponta que o estresse térmico e a poluição do ar, resultantes da queima de combustíveis fósseis, estão associados ao aumento de doenças cardíacas, respiratórias e neurológicas, incluindo acidente vascular cerebral (AVC) e Alzheimer.

Desafios e recomendações

A pesquisa identificou diversas barreiras para a integração das políticas de clima e saúde no Brasil. Entre os principais desafios estão a falta de planejamento estratégico, a escassez de recursos financeiros e a ausência de dados específicos sobre os impactos climáticos na saúde. Além disso, a falta de registro adequado de mortes relacionadas a desastres climáticos compromete a elaboração de políticas públicas eficazes.

Os pesquisadores ressaltam que o SUS pode desempenhar um papel crucial na integração dessas políticas devido à sua capilaridade e abrangência. Investimentos na capacitação de profissionais de saúde são fundamentais para que possam compreender a relação entre mudanças climáticas e saúde, orientando a população sobre como mitigar os impactos dessas mudanças.

O estudo também alerta que problemas estruturais como desigualdade social, pobreza e falta de acesso a serviços básicos podem ser agravados pelos efeitos do aquecimento global. Assim, os cientistas defendem a necessidade de criar estratégias e governança para enfrentar os desafios que estão por vir.

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