
Polícia Federal investiga esquema que envolve distribuição de quentinhas e cursos de capacitação.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O governo Lula está no centro de mais um escândalo envolvendo o repasse de dinheiro público para ONGs ligadas ao PT. A ONG Mover Helipa, que recebeu R$ 5,6 milhões para distribuir refeições por meio do programa Cozinha Solidária, também foi contemplada com um contrato de R$ 5,2 milhões para oferecer capacitação profissional. No entanto, parte desse valor foi direcionada a empresas de familiares do próprio responsável pela entidade.
José Renato Varjão, líder da ONG e ex-assessor de deputados petistas, firmou um contrato de R$ 96 mil com uma empresa da qual ele mesmo é sócio. O contrato previa “serviços especializados, como consultor de relações institucionais”, embora a empresa atue na organização de feiras e eventos, segundo a Receita Federal. Além disso, outra empresa beneficiada pertence a Jhonatas Varjão Ferreira, sobrinho de José Renato, e recebeu um repasse de R$ 72 mil para atuar como “analista de comunicação”. O detalhe alarmante é que o contrato foi assinado três dias antes da empresa sequer existir oficialmente.
“Os diretores da instituição que executam o trabalho podem receber pelo projeto. Está tudo dentro da lei”, alegou José Renato Varjão. O sobrinho também tentou justificar sua nomeação: “Eu fui um dos fundadores da ONG, junto com meu tio, mas agora voltei depois de passar por outros empregos. Sou consultor de comunicação e cuido de redes sociais”.
Diante da pressão da oposição e das denúncias, o Ministério do Desenvolvimento Social acionou a Polícia Federal e outros órgãos de controle para investigar os gastos das ONGs envolvidas no programa Cozinha Solidária. “As denúncias apontadas estão sendo objeto de averiguação, e o ministério já enviou uma equipe ao local nesta quinta, que ficará pelo tempo que for necessário vistoriando todas as unidades denunciadas”, informou a pasta.
A deputada Silvia Waiapi (PL-AP), vice-líder da oposição na Câmara, criticou duramente o governo. “O governo Lula precisa explicar por que escolheu ONGs sem capacidade comprovada para uma tarefa tão crucial”, afirmou. “Isso é inadmissível”.
As irregularidades evidenciam o uso suspeito de recursos públicos por entidades com ligações políticas. O escândalo reforça as preocupações sobre a transparência e a fiscalização de repasses milionários feitos pelo governo federal a organizações alinhadas ao PT. Caso as investigações confirmem desvios, os contratos poderão ser suspensos, e outras medidas poderão ser tomadas.
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