
Investigação aponta envolvimento do Tren de Aragua e possível mando do governo chavista.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O sequestro e assassinato do ex-militar venezuelano Ronald Ojeda no Chile reacendeu denúncias contra o regime de Nicolás Maduro. Ojeda, que havia fugido da Venezuela após ser acusado de conspirar contra o governo, foi encontrado morto dentro de uma mala em fevereiro de 2024, nove dias após ser levado por homens que se passaram por policiais.
Ex-militar foi sequestrado por criminosos disfarçados de policiais
O crime aconteceu em Santiago, onde Ojeda vivia exilado desde 2023. Segundo as autoridades chilenas, ele foi retirado à força de casa por indivíduos trajando uniformes falsos da polícia. Dias depois, o corpo foi localizado, indicando uma possível execução ordenada por grupos ligados ao regime venezuelano.
O coordenador da Equipe de Combate ao Crime Organizado e Homicídios (ECOH), Héctor Barros, apontou que a forma como o crime ocorreu reforça a tese de motivação política. “Continuo a defender que o crime de Ronald Ojeda é um crime político”, afirmou o promotor em entrevista à rádio chilena ADN. Ele destacou ainda que o perfil da vítima não deixa dúvidas sobre o caráter do crime: “O perfil da vítima, um ex-tenente do Exército venezuelano e ativista contra o governo venezuelano, é claramente político”.
Investigação liga o assassinato ao regime de Maduro
A participação do Tren de Aragua no crime foi confirmada pelas investigações. Essa organização criminosa, que nasceu na Venezuela e expandiu suas operações para outros países, tem histórico de envolvimento com o tráfico e execuções a mando de terceiros. Para Barros, os indícios apontam que a ordem pode ter vindo diretamente de Caracas. “O que podemos sustentar com base na investigação é que o governo venezuelano está por trás do crime de Ronald Ojeda”, declarou.
Ditadura chavista nega envolvimento e acusa o Chile
Diante da repercussão, o governo Maduro reagiu negando qualquer conexão com o caso. O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, classificou a situação como uma suposta “operação de bandeira falsa”, tentando atribuir ao governo chileno uma tentativa de prejudicar a imagem da ditadura venezuelana.
Apesar da negação do regime, o assassinato de Ojeda segue um padrão já visto em perseguições a opositores que fogem da Venezuela. O caso reforça as preocupações internacionais sobre a capacidade do chavismo de estender sua repressão para além das fronteiras do país.
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