Caso histórico envolve trabalho análogo à escravidão; vítima começou a trabalhar aos 12 anos e foi resgatada em 2022.
Por Ana Raquel|GNEWSUSA
A Justiça do Trabalho condenou uma mãe e seu filho ao pagamento de R$ 600 mil em indenização por danos morais a uma empregada doméstica de 85 anos, vítima de exploração por mais de sete décadas. A mulher começou a trabalhar aos 12 anos de idade e prestou serviços sem qualquer direito trabalhista para três gerações da mesma família.
A sentença também determinou que a vítima receba todas as verbas trabalhistas devidas, referentes ao período de 1967 a 2022, além de um adicional de R$ 300 mil por dano moral coletivo.
Trabalho escravo doméstico: um caso emblemático
O caso, considerado um dos mais graves de escravidão contemporânea no Brasil, veio à tona com o resgate da vítima em 2022. Durante mais de 70 anos, a mulher foi forçada a trabalhar sem salário, teve seu acesso a documentos pessoais negado e foi vítima do saque indevido de sua aposentadoria.
A procuradora do trabalho Juliane Mombelli, responsável pelo caso, destacou que essa decisão representa um marco no combate ao trabalho escravo doméstico no país, uma prática historicamente difícil de ser identificada e punida.
Decisão histórica na luta contra a exploração
A Justiça reconheceu que a trabalhadora foi submetida a condições degradantes, caracterizando trabalho análogo à escravidão. A condenação imposta à família reforça a necessidade de fiscalização e punição rigorosa para casos de exploração no serviço doméstico, um setor onde abusos desse tipo ainda são recorrentes.
A decisão serve como um alerta para a sociedade e reforça a luta contra a violação dos direitos fundamentais dos trabalhadores, garantindo que casos como esse não fiquem impunes.
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