Estudo da IARC aponta crescimento de 38% nos diagnósticos e 68% nas mortes em 25 anos, com impacto significativo no Reino Unido.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Um estudo recente da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), entidade ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), trouxe previsões preocupantes sobre a evolução do câncer de mama nas próximas décadas. Segundo a análise, o número de diagnósticos deve crescer 38% globalmente até 2050, enquanto as mortes relacionadas à doença podem aumentar em 68%.
A pesquisa, publicada na revista científica Nature Medicine, destaca que, caso as tendências atuais persistam, o mundo poderá registrar anualmente 3,2 milhões de novos casos e 1,1 milhão de mortes pela doença até 2050.
Cenário no Reino Unido
No Reino Unido, os números também são alarmantes. A projeção aponta um aumento de 21% nos casos e 42% nas mortes por câncer de mama até 2050. Para se ter uma dimensão do impacto, em 2022, o país registrou 58.756 diagnósticos e 12.122 mortes. Já em 2050, esses números podem chegar a 71.006 novos casos e 17.261 óbitos anuais.
A cientista da IARC Dra. Joanne Kim, coautora do estudo, ressaltou a gravidade do cenário:
“A cada minuto, quatro mulheres são diagnosticadas com câncer de mama no mundo todo e uma mulher morre da doença. Essas estatísticas estão piorando.”
Fatores de risco e prevenção
O crescimento expressivo dos casos e das mortes pela doença pode ser explicado por diferentes fatores. Entre os principais estão:
• Envelhecimento da população, que aumenta a vulnerabilidade ao câncer;
• Avanços no diagnóstico, que possibilitam a detecção de mais casos;
• Fatores de risco hereditários, como mutações genéticas;
• Estilo de vida e hábitos prejudiciais, como o consumo excessivo de álcool, obesidade e sedentarismo.
No entanto, os especialistas destacam que cerca de 25% dos casos poderiam ser evitados com mudanças no estilo de vida. Medidas como redução do consumo de álcool, controle do peso corporal e prática regular de exercícios físicos podem desempenhar um papel essencial na prevenção da doença.
Uma realidade desigual ao redor do mundo
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres em todo o mundo, mas sua incidência e mortalidade variam significativamente entre os países.
• As maiores taxas de diagnóstico são registradas na Austrália, Nova Zelândia, América do Norte e Norte da Europa.
• Já as maiores taxas de mortalidade ocorrem na Melanésia, Polinésia e África Ocidental, onde o acesso ao diagnóstico e tratamento é mais limitado.
A Dra. Isabelle Soerjomataram, vice-chefe do setor de vigilância do câncer da IARC, reforça a importância da detecção precoce e do acesso a tratamentos eficazes para reduzir os impactos da doença:
“O progresso contínuo no diagnóstico precoce e o acesso aprimorado ao tratamento são essenciais para diminuir a desigualdade global no câncer de mama e garantir que todos os países tenham condições de reduzir o sofrimento e as mortes causadas por essa doença.”
Diante dessas projeções alarmantes, especialistas alertam para a necessidade de investimentos em políticas públicas de saúde, ampliação do acesso a exames preventivos e conscientização sobre hábitos saudáveis para conter o avanço da doença nas próximas décadas.
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