
Governo guianense busca impedir eleições convocadas pelo regime venezuelano em território que administra
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A disputa pelo território de Essequibo voltou a escalar após a decisão da Venezuela de convocar eleições locais na região. Diante dessa nova investida do regime de Nicolás Maduro, a Guiana acionou a Corte Internacional de Justiça (CIJ) na última quinta-feira (6) para tentar barrar a medida, classificando-a como uma afronta direta à sua soberania.
O território de Essequibo, administrado pela Guiana, tem sido alvo de reivindicações venezuelanas há mais de um século, mas o regime chavista intensificou suas ações nos últimos anos. Em abril de 2024, Maduro assinou um decreto para integrar a área ao mapa da Venezuela, ignorando tratados internacionais e decisões anteriores da própria CIJ. Agora, a nova tentativa de validar essa anexação por meio de eleições regionais elevou ainda mais as tensões entre os países.
Interesse venezuelano cresceu após descoberta de petróleo
A disputa territorial ganhou força em 2015, quando grandes reservas de petróleo foram descobertas na costa de Essequibo. A Guiana seguiu com seus planos de exploração, concedendo licenças para empresas como a ExxonMobil. Esse avanço incomodou o governo venezuelano, que passou a pressionar ainda mais pela anexação da região, chegando a organizar um referendo interno para justificar sua reivindicação.
Em um esforço para impedir a escalada da crise, os guianenses recorreram novamente à CIJ, lembrando que já há uma determinação para que Caracas se abstenha de qualquer ação que possa modificar a atual administração da área. O governo da Guiana classificou a convocação das eleições como uma “violação flagrante” da decisão da Corte.
Além disso, novas denúncias de incursões militares venezuelanas em águas guianenses aumentaram as preocupações com a possibilidade de um conflito. Caracas, por sua vez, nega as acusações, mas segue desafiando a legalidade internacional ao insistir na inclusão de Essequibo em sua estrutura política.
Regime chavista ignora decisões internacionais
A Guiana fundamenta seu direito sobre Essequibo com base em uma decisão arbitral de 1889, reconhecida historicamente. No entanto, a Venezuela rejeita essa base legal e a própria jurisdição da CIJ, alegando que um acordo firmado em 1966 teria anulado a sentença anterior e estabelecido novas diretrizes para a resolução da disputa.
Mesmo diante das tentativas venezuelanas de deslegitimar os processos internacionais, Georgetown continua a fortalecer sua posição diplomática e jurídica para garantir que Essequibo permaneça sob sua administração. Enquanto isso, Maduro segue desafiando a ordem global e buscando maneiras de expandir sua influência sobre um território rico em recursos naturais, em mais um capítulo da crise gerada pelo regime chavista.
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