Ministro da Fazenda enfrenta forte oposição na Câmara e perde apoio político para conduzir a economia
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A insatisfação com Fernando Haddad (PT) cresce rapidamente no Congresso Nacional. Levantamento do Ranking dos Políticos revela que 46,4% dos deputados federais reprovam sua atuação à frente do Ministério da Fazenda. O índice de rejeição quase dobrou desde a última pesquisa, demonstrando a falta de confiança do Parlamento na condução econômica do governo Lula.
O estudo, realizado nos dias 11 e 12 de fevereiro, entrevistou 110 deputados de 18 partidos e 26 senadores de 11 legendas. O descontentamento com Haddad é ainda mais evidente na Câmara, onde apenas 30% dos parlamentares aprovam seu trabalho. No Senado, a situação é menos crítica, mas a rejeição ainda atinge 34,6% dos senadores.
Os números deixam claro que Haddad não consegue apoio suficiente para levar adiante suas propostas. A falta de articulação política e a resistência à sua gestão aumentam os obstáculos para a aprovação de medidas econômicas, refletindo o desgaste da administração petista. O governo Lula, incapaz de garantir estabilidade política, já enfrenta pressões para uma reforma ministerial, na tentativa de conter a crise interna e evitar um colapso econômico ainda maior.
Haddad se vê isolado e fala em ‘fogo amigo’ dentro do governo
Diante do cenário desfavorável, Haddad admitiu que enfrenta dificuldades até dentro do próprio governo. Em entrevista à GloboNews, ele reconheceu os ataques internos e as disputas políticas.
“Tem fogo amigo, fogo inimigo, aqui tem fogo para todo gosto”, disse o ministro, mostrando a desorganização e a falta de sintonia dentro do governo Lula. “Tenho um discurso coerente desde dezembro de 2022. Estou perseguindo os mesmos objetivos, com a mesma tenacidade e com a mesma certeza de que o Brasil pode melhorar muito e sair dessa armadilha em que entramos dez anos atrás.”
A crise na equipe econômica reflete os problemas do próprio governo Lula, que se mostra incapaz de lidar com as divisões internas. Nos bastidores, há relatos de atritos entre Haddad e Rui Costa, ministro da Casa Civil, além de críticas públicas da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, à política fiscal adotada pelo ministro da Fazenda.
Além da rejeição no Congresso e dos conflitos dentro do governo, Haddad também tem sido alvo de críticas de líderes partidários. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, chegou a classificá-lo como fraco. O ministro tentou minimizar o ataque, mas não escondeu a pressão que enfrenta. “Quem tem que dar resposta sobre isso é o presidente da República, que já deu no dia seguinte”, afirmou, em tom defensivo.
A falta de apoio político e a crescente rejeição tornam Haddad cada vez mais fragilizado dentro do governo Lula. Enquanto o país enfrenta desafios econômicos graves, o ministro segue atolado em disputas políticas, incapaz de apresentar soluções eficazes.
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