
Organização destaca a necessidade urgente de novos tratamentos e testes mais acessíveis.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um alerta preocupante sobre a falta de medicamentos e diagnósticos adequados para doenças invasivas causadas por fungos. Segundo o relatório publicado, os avanços no desenvolvimento de antifúngicos são lentos, e há um risco crescente para pacientes imunossuprimidos, como aqueles com HIV, em tratamento contra o câncer ou que passaram por transplantes de órgãos.
Baixa disponibilidade de novos antifúngicos
Nos últimos dez anos, apenas quatro novos antifúngicos foram aprovados por autoridades regulatórias nos Estados Unidos, União Europeia e China. Atualmente, existem nove fármacos em fase de testes clínicos, mas apenas três estão na etapa final, o que indica que poucas novas opções estarão disponíveis na próxima década.
Enquanto isso, as infecções fúngicas invasivas afetam cerca de 6,5 milhões de pessoas por ano e causam 3,8 milhões de mortes, sendo 2,5 milhões diretamente associadas a essas doenças. Algumas delas, como a candidíase, estão se tornando cada vez mais resistentes aos tratamentos disponíveis, agravando o problema.
Fungos letais e dificuldades nos tratamentos
A OMS destacou que alguns fungos podem ter uma taxa de letalidade de até 88%, tornando a falta de tratamentos ainda mais alarmante. Além disso, os antifúngicos disponíveis atualmente apresentam diversos desafios, como efeitos colaterais severos, necessidade de hospitalizações prolongadas e interações medicamentosas prejudiciais.
A organização reforça a necessidade urgente de novos medicamentos mais seguros e eficazes, que possibilitem um tratamento menos agressivo e com menores riscos para os pacientes.
Falta de diagnósticos acessíveis agrava o problema
Outro ponto crítico do relatório é a escassez de testes diagnósticos eficientes e acessíveis. Embora existam exames para identificar fungos prioritários, muitos dependem de laboratórios altamente equipados e profissionais especializados, o que os torna inacessíveis para países de baixa e média renda.
A OMS pede investimentos para o desenvolvimento de testes mais rápidos, baratos e fáceis de usar, garantindo que mais pessoas tenham acesso a diagnósticos precoces e precisos.
A diretora-geral assistente da OMS para Resistência Antimicrobiana, Yukiko Nakatani, alertou que as infecções fúngicas invasivas colocam em risco as vidas das pessoas mais vulneráveis, enquanto a falta de medicamentos eficazes impede o combate adequado dessas doenças.
A OMS enfatiza a necessidade de um esforço global para fortalecer a resposta às infecções fúngicas invasivas e à resistência antifúngica, garantindo avanços na pesquisa e no acesso aos tratamentos essenciais.
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