Margareth Menezes terá de se explicar sobre possíveis favorecimentos e uso político da Cultura
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A agenda da ministra da Cultura, Margareth Menezes, inclui um compromisso que promete ser desconfortável: ela foi chamada a comparecer à Câmara dos Deputados para esclarecer uma série de questionamentos envolvendo sua gestão. O encontro está previsto para a próxima quarta-feira, dia 16, em audiência conjunta das Comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Cultura.
O motivo do chamado está relacionado a indícios de favorecimento em contratações públicas que envolveram apresentações da própria ministra, realizadas durante o recesso parlamentar. As prefeituras de Salvador e Fortaleza desembolsaram cerca de R$ 640 mil em recursos públicos para viabilizar os eventos, o que levantou suspeitas sobre o uso do cargo em benefício próprio.
Enquanto aliados do governo tentam minimizar o caso, a oposição busca entender se houve desvio do princípio da impessoalidade que rege a administração pública. Além disso, surgiram preocupações com o possível uso da estrutura do ministério para reforçar campanhas de aliados de Lula nas eleições municipais deste ano.
As suspeitas ganharam força após a divulgação de áudios mencionando integrantes da cúpula do Ministério da Cultura. O conteúdo levanta dúvidas sobre o envolvimento direto de pessoas próximas à ministra em articulações político-eleitorais usando verbas da pasta.
A tentativa de transformar a convocação em convite, aprovada pela Comissão de Cultura, não reduziu a pressão. O deputado Sanderson (PL-RS), vice-líder da oposição, declarou: “O povo brasileiro merece explicações. Não vamos permitir que a Cultura seja usada como palanque ideológico ou como balcão de negócios.”
O deputado Rodrigo Valadares (União-SE) também reforçou a cobrança, destacando que Margareth Menezes precisa encarar a responsabilidade do cargo: “Se não há nada a esconder, a ministra não deve temer por dar explicações do uso do dinheiro público ao povo brasileiro. A cultura é parte essencial do nosso país, mas não pode ser usada como cortina de fumaça para práticas obscuras.”
Diante das acusações e da insatisfação crescente entre parlamentares, o depoimento da ministra será acompanhado de perto. A expectativa é de que Margareth se posicione com clareza sobre a origem dos recursos, os critérios de contratação e a eventual interferência política por trás dos eventos.
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