
Com apoio da Funai, ação realizada na Terra Indígena Kayapó intercepta fuzis, munições e toneladas de equipamentos usados na extração clandestina de ouro; rios da região sofrem impactos ambientais severos.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Ourilândia do Norte (PA) – Em mais uma ofensiva contra o garimpo ilegal em terras protegidas, a Polícia Federal, com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), realizou uma operação de grande porte na Terra Indígena Kayapó, localizada no sudeste do estado do Pará. A ação aconteceu na última sexta-feira (11) e resultou em apreensões significativas de armamentos, munições e materiais tóxicos utilizados na mineração clandestina.
A fiscalização ocorreu ao longo do rio Fresco, um dos principais afluentes do rio Xingu, e identificou duas frentes de exploração ilegal em funcionamento. Em um dos pontos investigados, os agentes localizaram um acampamento abandonado às pressas pelos garimpeiros, o que evidenciou a tentativa de fuga ao perceberem a aproximação das autoridades.
No local, foram recolhidos cinco armas de fogo, entre elas um fuzil calibre 5,56 mm, cerca de 200 munições de calibres diversos, além de quatro quilos de mercúrio, produto altamente tóxico utilizado para separar o ouro de outras impurezas. Também foram apreendidos motores, embarcações, maquinário de dragagem, além de uma antena de internet via satélite, usada para manter comunicação nas áreas remotas.
Em outro ponto, uma draga em fase de montagem foi localizada e destruída. As equipes da Funai e da PF também inutilizaram aproximadamente 2 mil litros de combustíveis e diversas peças de maquinário, veículos e equipamentos fluviais. As pessoas encontradas nessa segunda área foram identificadas, prestaram depoimento no local e foram liberadas, mas seguem sob investigação.
As autoridades destacaram a destruição dos materiais como forma de impedir a retomada das atividades ilegais, uma prática prevista nas diretrizes ambientais e jurídicas para áreas de proteção permanente e terras indígenas.
Além do prejuízo ao meio ambiente e à biodiversidade local, o uso indiscriminado de mercúrio tem provocado sérios danos aos rios e às populações indígenas da região, contaminando a água, o solo e a cadeia alimentar. O rio Fresco, já visivelmente afetado, apresenta trechos com águas barrentas e poluídas, comprometendo a saúde das comunidades ribeirinhas e a fauna aquática.
A Polícia Federal reiterou o compromisso de intensificar as fiscalizações e combater com rigor os crimes ambientais e o avanço do garimpo ilegal em áreas protegidas. Segundo a instituição, outras ações já estão sendo planejadas para conter o avanço desses crimes no território amazônico.
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