
Presidente norte-americano mantém firmeza contra práticas chinesas e alcança redução de tarifas, sem recuar nas exigências sobre fentanil e comércio justo.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A disputa comercial entre Estados Unidos e China deu um passo importante rumo à resolução nesta segunda-feira (12), com o anúncio de uma trégua temporária nas tarifas. O acordo representa um movimento estratégico do governo Trump, que continua impondo condições claras a Pequim, ao mesmo tempo em que abre espaço para uma negociação definitiva nos próximos meses.
As tratativas ocorreram no fim de semana em Genebra e envolveram representantes de alto escalão dos dois países. Pela parte americana, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante de Comércio, Jamieson Greer, conduziram as conversas com o vice-premiê chinês, He Lifeng. Segundo Bessent, o resultado foi um consenso sobre a importância de preservar a relação econômica: “Nenhum dos lados deseja uma separação econômica.”
Pelo novo acordo, os EUA reduzirão suas tarifas sobre produtos chineses de até 145% para 30%, enquanto a China diminuirá suas taxas para 10% em relação a mercadorias americanas. Essa flexibilização será válida por 90 dias, período durante o qual os dois lados devem trabalhar para alcançar um entendimento comercial mais amplo.
O presidente Donald Trump comentou publicamente a decisão, adotando um tom firme, mas aberto ao diálogo: “Não estamos procurando prejudicar a China”, afirmou. Ele também mencionou a intenção de conversar diretamente com o líder chinês Xi Jinping nos próximos dias, sinalizando que está disposto a finalizar um acordo se os interesses americanos forem respeitados.
Apesar da redução geral, uma tarifa específica de 20% será mantida pelos EUA contra produtos chineses como resposta à crise do fentanil. Para a Casa Branca, essa medida visa pressionar o regime chinês a agir contra o envio de substâncias químicas usadas na fabricação da droga, cuja disseminação tem causado milhares de mortes em território americano.
Outro ponto que reforça a posição de força dos EUA nessa negociação foi a decisão da China de suspender suas restrições às exportações de terras raras. Esses materiais são cruciais para a indústria tecnológica americana, e sua limitação havia sido uma das retaliações de Pequim às sanções impostas anteriormente por Washington.
Com esse recuo chinês e a manutenção de medidas estratégicas por parte dos EUA, o governo Trump demonstra que está conduzindo as negociações com clareza de objetivos. Ao longo dos últimos meses, a escalada tarifária gerou impactos relevantes para ambos os lados. O Departamento do Tesouro americano, por exemplo, registrou arrecadação recorde de US$ 16 bilhões com tarifas em abril — um salto de 130% em relação ao mês anterior, de acordo com dados da Bloomberg.
A China, mesmo com crescimento do PIB acima do esperado no primeiro trimestre, enfrentou dificuldades internas relacionadas à queda nas exportações e à desaceleração de setores industriais. As autoridades do regime comunista mencionaram, inclusive, a “complexidade do ambiente externo” como um fator preocupante, diretamente ligado às sanções aplicadas por Washington.
Ao se referir ao andamento das tratativas, Trump reafirmou que os EUA não aceitarão qualquer compromisso que prejudique seus trabalhadores ou empresas: “Queremos que a China abra suas portas para nossos produtos e serviços.”
A notícia da trégua impulsionou os mercados: o índice Dow Jones disparou mais de 1.100 pontos, enquanto o S&P 500 teve alta de 3%, refletindo o otimismo com a possibilidade de normalização das relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Ainda que especialistas alertem para o impacto de longo prazo das tarifas sobre o bolso dos consumidores americanos, o presidente foi categórico ao declarar que os EUA estão dispostos a endurecer novamente, se necessário: “Se não houver acordo, as tarifas podem subir novamente, mas não chegarão ao nível mais alto.”
O acordo provisório, portanto, reafirma a abordagem de Trump: diálogo, sim — mas com firmeza, sem concessões unilaterais e sempre com o foco em proteger a economia, os empregos e a segurança dos Estados Unidos.
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