
Empate com tensão dentro e fora de campo frustra reação das equipes e aumenta pressão sobre o Rubro-Negro após avanço do líder Palmeiras.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Flamengo e Botafogo empataram por 0 a 0 na tarde deste domingo (18), no Maracanã, em um clássico que prometia fortes emoções, mas acabou sem gols e com gosto amargo para ambos os lados. O resultado freou o embalo das duas equipes no Campeonato Brasileiro, que vinham de vitórias na rodada anterior. Para o Flamengo, o empate foi ainda mais indigesto, já que viu o Palmeiras abrir quatro pontos de vantagem na liderança.
O confronto foi marcado por um momento de tensão dentro e fora das quatro linhas. Aos 17 minutos do segundo tempo, o jogo precisou ser interrompido após o vazamento de gás de pimenta vindo do lado externo do estádio, afetando jogadores e torcedores. Do lado de fora, houve tumulto nas proximidades da rua São Francisco Xavier e da entrada do Setor Sul, onde a Polícia Militar dispersou torcedores do Botafogo com bombas de efeito moral e balas de borracha.
Desfalques e provocações
Sem Arrascaeta, poupado por controle de carga, o Flamengo teve dificuldades na criação ofensiva. A ausência de Gerson também pesou. Mesmo com apenas dois mil ingressos destinados à sua torcida, os botafoguenses fizeram barulho e provocaram os rivais com gritos como “torcida de teatro”, em referência à atmosfera mais contida da arquibancada rubro-negra.
Antes da bola rolar, a torcida do Flamengo prestou homenagem a Vinícius Júnior. Uma bandeira gigante com a imagem do atacante usando óculos escuros sem uma das lentes — em alusão à comemoração icônica contra o Emelec na Libertadores — foi estendida no Setor Leste. Torcedores também receberam réplicas do adereço, criando um mosaico temático nas arquibancadas.
Clássico truncado
Em campo, o Flamengo dominou a posse de bola na primeira etapa, mas encontrou um Botafogo compacto na defesa e atento aos contra-ataques, especialmente com a velocidade de Cuiabano pela direita. A falta de criatividade no meio-campo rubro-negro, sem seus principais articuladores, limitou as ações ofensivas.
Na segunda metade, o Botafogo se soltou mais, adiantou as linhas e passou a pressionar o adversário. Filipe Luís mexeu no ataque, mas as mudanças não surtiram efeito. Sem conseguir furar a defesa adversária, o Flamengo terminou o jogo em ritmo morno, aceitando o empate diante de um Maracanã lotado.
O clássico terminou sem vencedor, mas com lições para ambos os lados — e a sensação de que ficou devendo futebol ao torcedor.
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