Acordo Pandêmico propõe estrutura global para enfrentar futuras crises de saúde

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Assembleia Mundial da Saúde discute em Genebra medidas para evitar novas tragédias sanitárias, fortalecer sistemas de saúde e enfrentar impactos das mudanças climáticas.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

Nesta terça-feira, em Genebra, os países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) participam da Assembleia Mundial da Saúde, o encontro anual mais importante da agência. Um dos principais temas em debate é a possível aprovação do Acordo Pandêmico, documento que estabelece diretrizes para melhorar a resposta global diante de futuras emergências sanitárias.

O tratado representa um avanço significativo na coordenação internacional em tempos de crise. No entanto, sua negociação envolveu discussões complexas, especialmente em torno de temas como a proteção da propriedade intelectual e a soberania dos países.

Vozes indígenas e o apelo por um pacto pela vida

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, é um dos principais defensores do acordo e tem trabalhado para que ele seja aceito por consenso.

Antes da assembleia, a ONU News conversou com o líder indígena brasileiro Marcos Terena. Durante a pandemia de Covid-19, Terena perdeu familiares e amigos — incluindo um irmão, ex-atleta —, o que reforçou sua convicção de que a ONU deve liderar um compromisso global em defesa da vida.

“A pandemia nos trouxe dor e perdas irreparáveis. A ONU precisa firmar um pacto pela vida, pela dignidade, e por um futuro onde todos possam viver com segurança”, afirmou.

Impacto da pandemia e desigualdades expostas

A crise sanitária causada pela Covid-19 expôs desigualdades no acesso a vacinas, tratamentos e diagnósticos, especialmente países desenvolvidos e em desenvolvimento.. A pandemia já causou a morte de quase 7 milhões de pessoas em todo o mundo.

Para Marcos Terena, além da tragédia da Covid-19, é necessário considerar os riscos crescentes provocados pelas mudanças climáticas e o estilo de vida atual, que podem gerar novas catástrofes.

Saúde, clima e justiça social em pauta

A Assembleia também discute temas urgentes como saúde mental, justiça ambiental e a importância dos cuidados maternos. Um dos objetivos centrais é fortalecer os sistemas de saúde primária, garantindo financiamento e acesso equitativo. Estima-se que cerca de 300 mil mulheres morram anualmente durante a gestação ou no parto, enquanto 2 milhões de bebês perdem a vida no primeiro mês de vida.

Em abril, a OMS lançou uma campanha global para reduzir essas mortes evitáveis. Durante o encontro, devem ser anunciadas novas metas em favor da saúde de mães e recém-nascidos.

Outro ponto abordado é a articulação entre políticas de saúde e ações climáticas, visando maior resiliência das comunidades vulneráveis. Uma resolução aprovada no ano passado já havia enfatizado a necessidade de estratégias conjuntas para enfrentar os riscos à saúde causados pelas mudanças do clima.

Doenças crônicas e desafios orçamentários

O encontro em Genebra também traz à tona a preocupação com doenças crônicas como câncer, diabetes e doenças cardiovasculares, que seguem como principais causas de morte no mundo. Aproximadamente 75% dessas mortes ocorrem em países de baixa e média renda.

Apesar da importância das discussões, a OMS enfrenta um dos cenários financeiros mais difíceis dos últimos anos. Os Estados Unidos anunciaram, em janeiro, sua retirada como um dos maiores doadores da agência, e outros países também cortaram repasses. Mesmo assim, a OMS busca aprovar um aumento de 50% no orçamento básico, uma proposta em debate desde 2022.

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