
Estudo internacional aponta que a administração de pembrolizumabe antes e após cirurgia aumenta significativamente a sobrevida livre de câncer em pacientes com carcinoma escamoso de cabeça e pescoço.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
Um estudo clínico internacional revelou que o uso do imunoterápico pembrolizumabe antes e após a cirurgia pode dobrar o tempo de remissão em pacientes com câncer avançado de cabeça e pescoço. Os resultados do ensaio clínico Keynote-689, apresentados na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), indicam que pacientes tratados com essa abordagem permaneceram livres da doença por uma média de cinco anos, em comparação com 2,5 anos nos pacientes que receberam apenas o tratamento padrão.
O estudo envolveu 714 pacientes de 24 países e foi liderado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, com participação de instituições como o Instituto de Pesquisa do Câncer e o Royal Marsden NHS Foundation Trust, no Reino Unido. Os pacientes receberam duas doses de pembrolizumabe antes da cirurgia e até dez doses adicionais após o procedimento, combinadas com quimio e radioterapia.
O pembrolizumabe é um anticorpo monoclonal que bloqueia a proteína PD-1, permitindo que o sistema imunológico reconheça e ataque as células cancerígenas. Essa estratégia mostrou-se eficaz mesmo em pacientes sem altos níveis de expressão de PD-L1, marcador associado à resposta imunológica.
O professor Kevin Harrington, do Royal Marsden NHS Foundation Trust, afirmou que essa abordagem “pode mudar o mundo” para pacientes recém-diagnosticados, oferecendo uma chance real de cura e reduzindo significativamente o risco de recorrência da doença.
A paciente britânica Laura Marston, de 45 anos, que participou do estudo após ser diagnosticada com câncer de língua em estágio avançado, atribui sua sobrevivência de seis anos ao tratamento com pembrolizumabe. Ela passou por cirurgia, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia, e hoje leva uma vida ativa e saudável.
Os resultados do estudo Keynote-689 representam um avanço significativo no tratamento de cânceres de cabeça e pescoço, que historicamente apresentavam poucas opções terapêuticas eficazes. Especialistas esperam que essa nova abordagem seja incorporada aos protocolos clínicos em breve, oferecendo esperança renovada a milhares de pacientes em todo o mundo.
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