Esquema no INSS: PF investiga “mensalão” a políticos envolvidos com fraudes

Investigação aponta repasses mensais a políticos em troca de influência no INSS e acesso ilegal a dados de beneficiários.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

As investigações conduzidas pela Polícia Federal apontam para a existência de um esquema que teria como base o repasse mensal de valores a parlamentares do Congresso Nacional. De acordo com fontes próximas à apuração, aproximadamente 15 políticos – entre deputados e senadores – estariam entre os beneficiados por associações que atuam junto ao INSS.

Relatórios preliminares indicam que os pagamentos mensais giravam em torno de R$ 50 mil por congressista. Em contrapartida, os parlamentares facilitaram a nomeação de aliados em postos estratégicos dentro da estrutura do instituto, além de atuar como ponte entre as associações e os gestores do órgão.

Com o apoio desses intermediários políticos, as entidades conseguiram influenciar decisões e ganhar acesso a sistemas internos. Essas brechas permitiram a coleta ilegal de informações pessoais de aposentados e pensionistas, como CPF, endereço e nome completo, usadas posteriormente para fraudes.

O acesso a esses dados permitia que os envolvidos realizassem descontos indevidos nos benefícios de segurados, prática investigada dentro da chamada Operação Sem Desconto. Segundo os levantamentos iniciais, os prejuízos causados por essas práticas alcançam cifras bilionárias.

Um dos desdobramentos da operação revelou a disposição de membros das associações em colaborar com as autoridades. “Quando formos chamados a depor na Polícia Federal, pretendemos ‘abrir o bico’ e entregar os nomes dos políticos participantes do esquema”, declarou uma das lideranças envolvidas.

Como medida cautelar, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 23,8 milhões em bens de investigados, atendendo a um pedido da Advocacia-Geral da União. A decisão, expedida pela 7ª Vara Federal do Distrito Federal, atinge empresas e seus sócios diretamente conectados ao caso.

Antes disso, a AGU já havia solicitado o congelamento de um montante significativamente maior: R$ 2,5 bilhões, vinculados a entidades e dirigentes suspeitos de participação no esquema. Para facilitar a análise judicial, o processo foi desmembrado em 15 ações distintas.

O foco da PF está em desvendar todas as conexões políticas que deram sustentação ao esquema e responsabilizar os agentes públicos e privados que se beneficiaram financeiramente às custas dos aposentados.


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