
Apesar dos índices estarem dentro do recomendado pela OMS, campanhas buscam garantir estoques sempre seguros nos hemocentros do país.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
No último sábado, dia 14 de junho, quando se celebra o Dia Mundial do Doador de Sangue, o Ministério da Saúde lançou a campanha nacional “Doe Sangue. Você Pode”. A proposta é clara: estimular a doação voluntária e regular de sangue, essencial para manter os estoques em níveis seguros em todo o país.
Embora o Brasil esteja dentro dos parâmetros sugeridos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) — que recomenda que pelo menos 1% da população de um país seja doadora regular — o Ministério alerta que é fundamental manter e ampliar esse índice, principalmente para atender a demanda de emergências, cirurgias, transplantes, tratamentos oncológicos e doenças crônicas que dependem de transfusões constantes.
Dados mais recentes sobre a doação de sangue no Brasil
Nos últimos dois anos, o Brasil teve um leve crescimento nas doações:
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3.248.737 bolsas coletadas em 2023
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3.310.025 em 2024 (crescimento de 1,9%)
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Até maio de 2025, já foram contabilizadas 831.518 doações
No mesmo período, também foi registrado aumento nas transfusões realizadas:
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3.088.332 em 2023
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3.178.138 em 2024 (alta de 2,9%)
Apesar dos avanços, o percentual de doadores no país ainda é relativamente baixo: em 2024, apenas 1,6% da população brasileira realizou doação de sangue.
Por que doar sangue é tão importante?
A doação de sangue é um ato de empatia e solidariedade que salva vidas diariamente. O sangue é insubstituível e só pode ser obtido por meio da doação voluntária.
Cada bolsa coletada é separada em diferentes componentes, podendo beneficiar até quatro pessoas. São eles:
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Concentrado de Hemácias (CH) – usado em anemias e cirurgias.
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Concentrado de Plaquetas (CP) – essencial em tratamentos de câncer e transplantes.
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Plasma Fresco Congelado (PFC) – utilizado em casos de hemorragias e doenças da coagulação.
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Crioprecipitado (CRIO) – indicado para distúrbios específicos de coagulação.
Além de atender emergências, o sangue doado também é matéria-prima para a fabricação de medicamentos derivados do plasma, fundamentais no tratamento de diversas doenças.
Quem pode doar sangue?
Para ser um doador, é necessário:
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Ter entre 16 e 69 anos (menores de idade precisam de autorização dos responsáveis);
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Pesar no mínimo 50 kg;
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Estar em boas condições de saúde;
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Estar bem alimentado (evitar alimentos gordurosos antes da doação);
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Levar um documento oficial com foto (RG, CNH ou outro documento válido).
Não podem doar: pessoas com doenças transmissíveis pelo sangue, histórico recente de COVID-19 (precisa aguardar o período de segurança), uso de certos medicamentos, cirurgias recentes, gestantes ou mulheres no pós-parto, entre outras condições temporárias ou definitivas, que são avaliadas na triagem.
A campanha que quer mobilizar o Brasil inteiro
A campanha “Doe Sangue. Você Pode” está sendo veiculada em várias plataformas, como televisão, rádio, internet, redes sociais, outdoors e painéis digitais espalhados pelo país. A ideia central é mostrar que, se muitas pessoas dizem no dia a dia que “dão o sangue” por amigos, pela família ou pelo trabalho, então também podem dar, literalmente, o sangue para salvar vidas.
O Ministério da Saúde acompanha diariamente os estoques nos hemocentros do Brasil e reforça que a doação é um gesto simples, rápido e que pode fazer toda a diferença na vida de quem precisa.
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