O australiano embarcou em Melbourne com destino a Nova York, onde pretendia visitar amigos, mas foi barrado no Aeroporto Internacional de Los Angeles e deportado.
Por Chico Gomes | GNEWSUSA
As autoridades dos Estados Unidos deportaram o blogueiro australiano Alistair Kitchen, ex-aluno da Universidade Columbia, após ele ficar detido no Aeroporto Internacional de Los Angeles por 12 horas e ser interrogado sobre textos a respeito de protestos pró-Palestina que escreveu.
O australiano entrou em um avião em Melbourne com destino a Nova York, mas sua viagem foi interrompida na Califórnia, quando acabou detido e interrogado por agentes de imigração sobre suas opiniões a respeito de Israel e a Palestina, incluindo perguntas sobre o grupo terrorista Hamas.
Kitchen fez publicações em seu blog, Kitchen Counter, abordando protestos pró-Palestina nos EUA, especialmente na Universidade Columbia. “Um dos agentes me disse: ‘Nós dois sabemos porque você está aqui. É por causa do que você escreveu sobre os protestos”, relatou o blogueiro em entrevista à imprensa na Austrália.
Ainda de acordo com o australiano, os agentes acessaram seu aparelho celular e encontraram textos sobre os protestos, além de evidências de uso anterior de drogas. Segundo as autoridades, isso justificou a rejeição de entrada nos Estados Unidos por omissão no formulário de viagem.
Pretendendo visitar amigos por duas semanas em Nova York, Kitchen se arrepende de ter fornecido a senha do celular aos agentes. “Eu tinha a falsa esperança de que, uma vez que eles percebessem que eu era apenas um escritor australiano e não uma ameaça aos EUA, eles me deixariam entrar”, lamentou.
Kitchen foi deportado de Los Angeles para Melbourne, onde chegou no último sábado pela manhã. Em entrevista, ele afirmou que os oficiais de imigração deixaram claro que o motivo de sua detenção estava relacionado ao que escreveu sobre os protestos pró-Palestina.
O blogueiro havia publicado recentemente um post sobre a detenção de Mahmoud Khalil, um dos principais negociadores do Acampamento de Solidariedade de Gaza na Columbia. Ele afirma no texto que Khalil foi preso por “motivos absolutamente espúrios por um estado neofascista”.
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