Reino Unido inicia testes em humanos com sangue artificial criado em laboratório

Tecnologia pioneira empregada no Reino Unido pode beneficiar pacientes com sangue raro e reduzir a dependência de doações no futuro.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

 

Pela primeira vez, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), equivalente ao SUS brasileiro, deu início a testes clínicos em humanos com sangue artificial produzido em laboratório. A inovação, ainda em fase experimental, tem como objetivo encontrar alternativas às doações tradicionais, especialmente para pacientes com tipos sanguíneos raros ou que necessitam de transfusões frequentes.

O sangue é criado a partir de células-tronco cultivadas em uma solução nutritiva desenvolvida pelos cientistas. Essas células são estimuladas a se multiplicar e se diferenciar em hemácias — os glóbulos vermelhos responsáveis pelo transporte de oxigênio no corpo. Após cerca de três semanas, as células são filtradas e infundidas nos voluntários.

A pesquisa prevê a participação de pelo menos dez pessoas, que receberão transfusões em duas fases: uma com hemácias naturais e outra com as produzidas em laboratório. O foco é avaliar a eficácia, longevidade e o comportamento das células artificiais em comparação com as naturais, que normalmente vivem até 120 dias no organismo.

Estudos preliminares indicam que as hemácias produzidas em laboratório podem ter durabilidade superior. No entanto, especialistas apontam desafios. “O corpo humano possui mecanismos para eliminar células defeituosas”, explica Fernanda Azevedo Silva, professora de hematologia da UFF, que não está envolvida no estudo. Ela ressalta que as hemácias precisam ser flexíveis para atravessar os vasos mais estreitos, e isso pode ser uma barreira para as artificiais.

Apesar das limitações, Fernanda destaca a relevância do avanço: “Até hoje, não existe sangue artificial funcional. Várias tentativas falharam, então esse estudo representa uma esperança concreta”.

O NHS estima que o desenvolvimento clínico da tecnologia pode levar de 5 a 15 anos. No futuro, a produção de hemácias a partir de células-tronco poderá beneficiar especialmente pacientes com doenças como anemia falciforme e aqueles com tipos sanguíneos extremamente raros — para os quais encontrar doadores compatíveis é um desafio constante.

Pesquisadores também vislumbram, em estágio ainda inicial, a possibilidade de criar linhagens celulares capazes de gerar hemácias continuamente, o que poderia revolucionar o sistema de transfusões.

 

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