
OMS acompanha a disseminação da NB.1.8.1, que apresenta alta transmissibilidade, mas não há evidências de maior gravidade.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
Autoridades de saúde de diversos países estão monitorando de perto a propagação de uma nova variante da Covid-19, chamada NB.1.8.1, informalmente apelidada de “Nimbus”. Identificada no início deste ano, a variante tem apresentado crescimento expressivo em vários países, especialmente nos Estados Unidos, onde já corresponde a aproximadamente 37% dos casos, segundo dados recentes do Centers for Disease Control and Prevention (CDC).
O que é a variante NB.1.8.1 (Nimbus)?
A Nimbus é uma subvariante da linhagem Ômicron, que continua sendo a dominante globalmente. Segundo informações divulgadas pelo CDC, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por centros de pesquisa como o NY-Presbyterian/Columbia University, essa nova linhagem apresenta alterações na proteína Spike, responsável pela entrada do vírus nas células humanas. Essas mutações podem torná-la mais eficiente na transmissão entre pessoas.
Apesar do avanço, a OMS classifica a Nimbus como “Variante sob Monitoramento”, e não como “Variante de Preocupação”. Isso significa que, até o momento, não há dados que indiquem que ela provoque quadros mais graves ou escape significativamente das vacinas existentes.
Crescimento rápido
O crescimento da Nimbus tem sido expressivo. Em maio de 2025, ela representava cerca de 5% dos casos de Covid-19 nos Estados Unidos. Já no início de junho, saltou para mais de 30%, segundo o CDC.
Além dos Estados Unidos, a variante já foi detectada em países como Reino Unido, Alemanha, Japão, Austrália, Índia e Singapura, indicando sua rápida disseminação global.
Sintomas: o que muda?
Embora não haja evidências de aumento na gravidade dos quadros, médicos relatam um sintoma que tem se destacado entre os infectados pela Nimbus: uma dor de garganta extremamente intensa, descrita por pacientes como “sensação de lâminas de barbear” ou “garganta de vidro”.
Outros sintomas relatados incluem:
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Febre
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Fadiga
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Tosse seca ou produtiva
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Congestão nasal
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Dores no corpo e nas articulações
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Dor de cabeça
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Náusea, vômito ou diarreia em alguns casos
E a eficácia das vacinas?
De acordo com dados preliminares, as vacinas atualmente disponíveis, especialmente aquelas atualizadas contra subvariantes da Ômicron, continuam sendo eficazes na prevenção de casos graves, hospitalizações e mortes, mesmo com a circulação da Nimbus.
O CDC e a OMS reforçam que as vacinas podem ter uma eficácia reduzida na prevenção de infecções leves, como já ocorre com outras variantes, mas continuam sendo fundamentais para proteger contra quadros graves.
Medidas de prevenção continuam válidas
As autoridades de saúde reforçam que as medidas de proteção permanecem as mesmas:
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Manter a vacinação em dia, incluindo doses de reforço adaptadas às novas variantes
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Uso de máscaras em ambientes fechados, com pouca ventilação ou de grande circulação
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Higienização frequente das mãos
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Evitar aglomerações, especialmente pessoas com comorbidades ou imunocomprometidas
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Isolamento em caso de sintomas gripais ou teste positivo
O que dizem os especialistas?
O surgimento de variantes é esperado. Quanto mais o vírus circula, maiores as chances de mutações. Apesar dos relatos de sintomas como dor de garganta intensa, não há indicação de que a Nimbus cause doença mais severa. O que vemos são padrões semelhantes aos de variantes anteriores.
A variante NB.1.8.1 (Nimbus) reforça o alerta de que a Covid-19 segue em constante evolução. Embora os dados até agora não indiquem maior gravidade, o aumento rápido da sua circulação exige atenção, principalmente quanto à atualização das vacinas e às medidas de proteção.
O monitoramento permanece constante, e novas atualizações devem ser divulgadas nas próximas semanas pelas autoridades de saúde globais.
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