Com medidas firmes e resultados expressivos, presidente argentino se consolida como referência global do libertarianismo e inspira políticos em diferentes países.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Desde que assumiu a presidência da Argentina, Javier Milei tem se destacado como a principal figura do libertarianismo no cenário global. Seu governo, marcado por reformas ousadas e resultados palpáveis, tornou-se referência para políticos que aspiram a um Estado mais enxuto e uma economia mais livre.
No início deste mês, Elon Musk causou alvoroço ao sugerir a criação de um novo partido político nos Estados Unidos, batizado provisoriamente de America Party, que buscaria captar os 80% dos americanos insatisfeitos com os atuais partidos tradicionais. A iniciativa, celebrada nas redes sociais com 82% de votos favoráveis numa enquete do próprio bilionário, ganhou rapidamente atenção.
Porém, a ideia perdeu fôlego após um afastamento público entre Musk e Donald Trump. O bilionário criticou duramente o plano fiscal do ex-presidente, chamando-o de “abominação nojenta”, provocando uma resposta igualmente firme e ameaças de Trump de romper parcerias com empresas ligadas a Musk.
Para Márcio Coimbra, diretor do Instituto Monitor da Democracia, o projeto de Musk enfrentaria barreiras legais e estruturais típicas do sistema bipartidário americano. “Apesar do partido libertário americano existir desde 1971, ele não tem expressão significativa”, lembra Coimbra. “O sonho libertário é que as pessoas possam seguir seus sonhos pacificamente, sem interferência do governo,” cita, destacando a filosofia do movimento.
Enquanto isso, ao redor do mundo, crescem lideranças que buscam trilhar o caminho aberto por Milei. Entre elas está o deputado chileno Johannes Kaiser, fundador do Partido Nacional Libertário em 2024, que defende o Estado mínimo e a liberdade econômica, e o holandês Geert Wilders, conhecido por suas posições liberais e conservadoras.
No Brasil, o deputado Gilson Marques (Novo-SC), único parlamentar ligado ao movimento libertário internacional, acompanha atentamente os desdobramentos políticos nos EUA e observa: “O sistema americano é muito consolidado e dificultaria qualquer partido novo se firmar, ainda mais sem o Musk poder concorrer à Presidência por não ser naturalizado.”
Sobre o futuro político de Johannes Kaiser, Marques enfatiza as diferenças que levaram Milei à presidência argentina. “Milei construiu sua base com ampla exposição midiática e um país em crise profunda, com inflação anual superior a 200%,” explica. “Além disso, seus adversários eram figuras desgastadas, o que facilitou sua ascensão.”
Os avanços do governo argentino são evidentes e reconhecidos internacionalmente. Em maio, a inflação mensal caiu para 1,5%, a menor desde 2020, resultado que celebra a política de austeridade e reformas adotada por Milei. A redução da pobreza extrema de 18% para 8%, retirando cerca de 4,6 milhões de pessoas dessa condição, também reforça o sucesso do governo.
Eleito com 56% dos votos no segundo turno em novembro de 2023, Milei obteve a maior vitória eleitoral da Argentina desde a redemocratização, conquistando 20 das 23 províncias do país.
A admiração entre figuras do libertarianismo é mútua. Durante a CPAC nos EUA, Milei presenteou Elon Musk com uma motosserra gravada com o lema “¡Viva la libertad, carajo!”, simbolizando a luta contra a burocracia e a defesa da liberdade individual. Musk, por sua vez, apoia iniciativas que busquem a eficiência governamental, como o Departamento de Eficiência Governamental, que ajudou a gerar uma economia estimada em US$ 175 bilhões nos cofres americanos.
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