Levantamento destaca insatisfação popular e reforça críticas ao Supremo, ao Congresso e ao governo Lula entre eleitores de Bolsonaro.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Mais de metade da população brasileira não esconde a insatisfação com quem deveria representar o país. É o que mostra um levantamento do Instituto Datafolha, divulgado neste mês, ao apontar que a vergonha atinge o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o instituto, “59% dos entrevistados afirmam sentir vergonha dos senadores”, enquanto a Câmara dos Deputados também aparece mal na foto, com “58% sentem vergonha dos deputados federais”. O STF segue na mesma linha, com “58% dos entrevistados afirmam ter vergonha do STF”. Já o presidente Lula não escapa: “56% expressam vergonha do presidente Lula.”
O estudo ainda detalhou o cenário entre grupos políticos opostos. Entre quem apoia o ex-presidente Jair Bolsonaro e está ligado ao PL, o sentimento de descrédito em relação ao STF é esmagador: “91% dos alinhados ao PL e 82% dos bolsonaristas em geral afirmam ter essa percepção.” O orgulho pela Corte é quase nulo entre eles: “Apenas 5% no PL e 12% no grupo mais amplo declaram orgulho dos ministros.”
Já no campo lulista, os números mostram uma divisão, mas não apagam a má impressão: “52% demonstram orgulho do STF, enquanto 36% sentem vergonha. No PT especificamente, o orgulho (53%) também supera a rejeição (36%), com 12% sem opinião formada.”
Quando o assunto são as Forças Armadas, o cenário se equilibra, mas segue mais favorável entre conservadores: “52% dos eleitores de Lula dizem ter orgulho da instituição, e entre eleitores de Bolsonaro 54%.”
O resultado reflete o desgaste dos Poderes tradicionais e reforça a narrativa bolsonarista de críticas ao Supremo e ao Congresso, que há anos colecionam escândalos, decisões polêmicas e impopularidade crescente. Para muitos, essa insatisfação ajuda a explicar por que Bolsonaro ainda mantém uma base fiel, que rejeita o atual governo e cobra mudanças profundas na forma como o país é conduzido.
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