Ex-enfermeira e serial killer britânica, Lucy Letby chocou todo o Reino Unido após ser acusada de matar pelo menos sete recém-nascidos.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
O Crown Prosecution Service (CPS), órgão responsável pelas acusações criminais no Reino Unido, anunciou que está revisando novas evidências apresentadas pela polícia de Cheshire e considerando apresentar novas acusações contra a ex-enfermeira Lucy Letby. A profissional de saúde já foi condenada por uma série de crimes envolvendo recém-nascidos e cumpre atualmente 15 penas de prisão perpétua.
Letby, de 35 anos, foi considerada culpada pela morte de sete bebês e por tentar matar outros sete entre 2015 e 2016, enquanto atuava no Hospital Countess of Chester e, posteriormente, no Hospital das Mulheres de Liverpool.
Investigações se expandem
A reabertura das discussões em torno do caso ocorre após a prisão de três ex-diretores do Hospital Countess of Chester, suspeitos de homicídio culposo por negligência médica. Eles foram detidos nesta semana, mas liberados sob fiança e não tiveram suas identidades divulgadas. Optaram também por não se manifestar publicamente sobre as acusações.
De acordo com fontes próximas ao processo, o material entregue à promotoria inclui evidências relativas a pelo menos seis novos casos de possíveis vítimas. A CPS confirmou o recebimento do dossiê e afirmou que fará uma análise rigorosa antes de decidir se novas acusações formais serão apresentadas. O processo é conduzido com total independência, segundo o órgão.
Reações e controvérsias
As possíveis novas acusações surgem em um momento de intensa controvérsia em torno das condenações anteriores de Letby. O Criminal Cases Review Commission (CCRC) está atualmente examinando dois relatórios extensos que trazem questionamentos sobre os laudos médicos e a base das condenações.
A defesa da ex-enfermeira, liderada agora pelo advogado Mark McDonald, argumenta que o novo material contém “evidências esmagadoras” que poderiam fundamentar um pedido de liberdade. Letby está presa desde novembro de 2020.
Do outro lado, representantes legais das famílias das vítimas criticam a tentativa de revisão. Peter Skelton KC, advogado de sete famílias, descreveu as alegações da defesa como “torres frágeis de especulação”, enquanto Richard Baker KC, que representa famílias de 12 bebês, classificou os documentos enviados ao CCRC como “nada de novo ou relevante”.
Reflexos do caso
O caso Lucy Letby permanece no centro do debate público britânico, reabrindo discussões delicadas sobre responsabilidade médica, falhas institucionais em ambientes hospitalares e a complexidade dos julgamentos em crimes de saúde.
As decisões da promotoria nas próximas semanas podem reacender ainda mais a atenção da imprensa e do público sobre um dos casos mais perturbadores da história recente do sistema de saúde do Reino Unido.
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