
Método de alta eficácia, que pode custar até R$ 4 mil na rede privada, será distribuído gratuitamente pelo sistema público de saúde para prevenir gravidez não planejada.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
O Sistema Único de Saúde (SUS) vai começar a oferecer, ainda neste segundo semestre, um novo método contraceptivo de longa duração: o implante subdérmico com etonogestrel, conhecido comercialmente como Implanon. O anúncio foi feito pelo Ministério da Saúde após a aprovação da incorporação do dispositivo pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).
Considerado um dos métodos mais eficazes na prevenção da gravidez, o Implanon atua por até três anos no organismo e possui taxa de eficácia superior a 99%. Na rede particular, o custo do implante pode variar entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, mas passará a ser fornecido gratuitamente pelo SUS como parte das políticas públicas de planejamento sexual e reprodutivo.
“Esse implante é muito mais eficaz que os métodos atuais. Nossa meta é que, ainda este ano, 500 mil unidades sejam distribuídas. Até 2026, vamos garantir 1,8 milhão de implantes, com um investimento de R$ 245 milhões”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Segundo o governo federal, a medida visa ampliar o acesso a opções modernas e seguras de contracepção, especialmente para mulheres em situação de vulnerabilidade social. A iniciativa também está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que incluem a meta de reduzir a mortalidade materna em 25% até 2027 — e em 50% entre mulheres negras.
Como funciona o Implanon
O novo contraceptivo é um pequeno bastonete de silicone, inserido sob a pele do braço, que libera de forma contínua o hormônio etonogestrel, impedindo a ovulação. A aplicação e a retirada devem ser feitas por profissionais capacitados, como médicos e enfermeiros(as) treinados.
Uma das principais vantagens do método, além da alta eficácia, é o fato de que a fertilidade da mulher retorna rapidamente após a remoção do implante, tornando-o uma opção reversível e segura.
Atualmente, entre os métodos de longa duração oferecidos pelo SUS, apenas o DIU de cobre se enquadra na categoria LARC (contraceptivos reversíveis de longa ação). O Implanon chega para ampliar essas opções, sem exigir o uso contínuo como ocorre com anticoncepcionais orais ou injetáveis.
Próximos passos
A portaria que oficializa a inclusão do Implanon no SUS deve ser publicada nos próximos dias. A partir disso, o Ministério da Saúde terá até 180 dias para implementar a nova tecnologia em todo o país. O processo inclui a atualização de protocolos clínicos, aquisição dos implantes, distribuição às unidades de saúde e capacitação dos profissionais responsáveis pela aplicação.
A Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps) será a responsável por coordenar essa implementação nos estados e municípios. A expectativa é que as unidades já estruturadas para o planejamento familiar sejam as primeiras a oferecer o novo método.
“Essa é uma política pública transformadora. Representa um avanço na autonomia das mulheres e no direito ao planejamento reprodutivo. Todas devem ter acesso às melhores opções, independentemente da condição financeira”, destacou a secretária Ana Luiza Caldas, da Saps.
Métodos disponíveis atualmente no SUS
Atualmente, o SUS disponibiliza uma variedade de métodos contraceptivos, como:
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Preservativos masculino e feminino (únicos com proteção contra ISTs)
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DIU de cobre
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Anticoncepcionais orais (combinados e só de progestagênio)
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Injetáveis mensais e trimestrais
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Laqueadura tubária
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Vasectomia
Com a chegada do Implanon, o SUS fortalece ainda mais sua rede de apoio ao planejamento familiar, garantindo que milhões de mulheres possam tomar decisões informadas sobre sua saúde reprodutiva.
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